Subida de 8,7% do endividamento da Refer viola o tecto máximo imposto pelo Governo às empresas públicas.
As dívidas líquidas das duas empresas públicas do sector ferroviário - Refer e CP - ascenderam a 10 mil milhões de euros, no final do ano passado. O equivalente a quase 6% do Produto Interno Bruto (PIB) de Portugal alcançado em 2011.
O ‘stock' da dívida Refer atingiu 6,551 mil milhões de euros no final do ano passado, de acordo com o relatório e contas da empresa, a que o Diário Económico teve acesso, e que ainda aguarda aprovação do Governo. Em relação a 2010, verificou-se um acréscimo de 8,7%, o que supera o limite de 6% imposto ao Sector Empresarial do Estado (SEE).
"Durante o ano, a dívida financeira da Refer sofreu um agravamento de 525 milhões de euros. Este aumento resultou do défice de financiamento das actividades de investimento e gestão de infra-estrutura (cerca de 55% do total) e dos encargos financeiros resultantes do ‘stock' de dívida existente", explica o relatório e contas da Refer relativo ao exercício de 2011.
A difícil situação financeira da Refer é ainda atestada pelo facto de em 2011 a empresa ter tido de pagar 247 milhões de euros só para juros ao serviço dessa mesma dívida da empresa. Qualquer coisa como cerca 677 mil euros de juros por dia. Para perceber a gravidade da situação, basta dizer que os resultados operacionais da Refer em 2011 se ficaram pelos 145 milhões de euros, pouco mais de metade do que foi preciso pagar de juros.
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