Castelo Branco: Trabalhadores de call centers marcam greve para Agosto

Trabalhadores de call centers em Castelo Branco decidiram hoje marcar uma greve que abrange todo o mês de agosto, exigindo mais tempo de pausa, aumentos salariais e atualização do subsídio de refeição, afirmou dirigente sindical.

  • Economia
  • Publicado: 2025-06-27 00:05
  • Por: Diário Digital Castelo Branco

Num plenário em que participaram cerca de 130 trabalhadores, onde estavam representados todos os call centers de Castelo Branco, ficou decidido marcar greve “durante todo o mês de agosto”, sem definir um dia ou prazo concreto, para todas as empresas do setor no distrito, afirmou à agência Lusa a dirigente nacional do Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisuais (SINTTAV), Carina Caetano.

Segundo a dirigente, a ideia de não propor um dia concreto permite aos trabalhadores avançar para um ou mais dias de greve que possam ter mais impacto na empresa onde trabalham, num mês que é “de sobrecarga e de muito, muito trabalho”, onde até costumam ser recusadas férias.

“Depois, entre os trabalhadores, definem qual é que é o período em concreto em que irão incidir a sua greve”, aclarou.

No distrito, há mais de mil trabalhadores em cerca de dez empresas de call centers, normalmente subcontratadas para prestar serviço de marketing, vendas ou de apoio a cliente a outras empresas, referiu, notando que o setor tem vindo a aumentar na região.

Entre as exigências dos trabalhadores, está a defesa de um aumento salarial de 80 euros já em julho, num setor que paga apenas o salário mínimo nacional tanto ao funcionário que está há um mês ou há 20 anos, afirmou Carina Caetano, salientando que o trabalho é de desgaste rápido e exige muitos conhecimentos e qualificações.

Uma harmonização do subsídio de refeição praticado nas empresas que passe para um valor de cerca de oito euros, um subsídio de línguas (muitos trabalhadores têm de saber e usar mais do que uma língua no trabalho) e a dispensa de trabalho no dia de aniversário são outras das reivindicações dos trabalhadores.

Além disso, é também defendido um aumento do tempo de pausa, que atualmente é, em média, de três minutos por hora nas empresas de call centers do distrito, disse.

“[Os trabalhadores] têm três minutos por hora que têm de gerir para comer, para descansar, para fumar para quem fuma, para ir à casa de banho”, afirmou Carina Caetano, referindo que é exigida uma atualização para um mínimo de cinco minutos por hora, apesar de o ideal ser dez minutos por hora, algo praticado noutros países da Europa.

Além destas reivindicações, Carina Caetano considerou que seria importante estes trabalhadores passarem para as empresas utilizadoras e não haver recurso à externalização e assegurarem um acordo coletivo de trabalho, num setor que já emprega mais de 100 mil trabalhadores no país.

“Não há um instrumento de regulamentação coletiva”, constatou.

A dirigente do SINTTAV considerou ainda que a própria Câmara de Castelo Branco, que cedeu edifícios para este tipo de empresas, deveria “fazer pressão” junto das firmas para “melhorarem as condições de trabalho” e também assegurar outro tipo de condições nas próprias infraestruturas cedidas, com queixas de trabalhadores quanto aos acessos e falta de pontos de água.

Subscreva à nossa Newsletter

Mantenha-se atualizado!

PUB

PUB

PUB

PUB