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A23/A25: Cerca de 200 pessoas da Beira Interior manifestam-se em Lisboa pelo fim das portagens

Cerca de 200 pessoas provenientes de várias localidades da Beira Interior estão hoje a reivindicar em Lisboa o fim das portagens, numa iniciativa organizada pela Plataforma P’la Reposição das SCUT na A23 e A25.

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  • Publicado: 2023-05-20 21:17
  • Por: Diário Digital Castelo Branco com Lusa

Ao som de bombos e concertinas, os participantes no protesto carregam bandeiras brancas, mostrando o seu desagrado contra as portagens nas antigas SCUT (vias sem custos para o utilizador).

A manifestação “Embaixada Beira Interior a Lisboa P'la Reposição das SCUT na A23, A24 e A25” partiu da Rotunda do Marquês até à Assembleia da República, “local onde será feita uma concentração e onde serão proferidas intervenções sobre o tema das portagens no Interior”, segundo a organização.

Os participantes gritam palavras de ordem como "o interior está presente, o Governo está ausente", "o Governo a incumprir, interior a reagir" ou "Portagens a pagar, interior a definhar".

O porta-voz da Plataforma P’la Reposição das SCUT na A23 e A25, Luís Garra, considerou à Lusa que a “manutenção das portagens nestas vias é um entrave ao desenvolvimento económico e social daquela região” e “está a contribuir para o grave problema demográfico, com definhamento, despovoamento e incapacidade para fixar a juventude”.

O “economicismo” é apontado por Luís Garra como a razão para impedir o fim das portagens: “Sobrepõe-se à importância do desenvolvimento do interior”.

“Isto não são só números. No interior estão pessoas, mas não só. Também estão pessoas do interior a residir nas Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto, que precisam de visitar os seus familiares e que cada vez vão menos, porque os custos são grandes”, salientou, afirmando que a manifestação em Lisboa se realiza porque “o Governo não deixou alternativa”.

Segundo o porta-voz da plataforma, os custos das portagens são “transversais às regiões do interior, da Beira Interior, dos distritos da Guarda e de Castelo Branco, mas também de Viseu”.

Luís Garra exemplificou que, em média, numa viagem da Covilhã a Lisboa em autoestrada, são gastos mais de 30 euros. Se se somar o combustível e o desgaste do automóvel, o total “é incomportável”.

Também Manuel Soares, porta-voz da Comissão de Utentes dos Serviços Públicos do Médio Tejo, entende que o pagamento de portagens “tem um impacto quer na coesão territorial, quer inclusive no desenvolvimento social e económico das respetivas populações”.

"Temos um centro hospitalar que funciona em complementaridade, que tem corredores de 30 quilómetros. Como não há alternativas, é obrigatório que todas as pessoas, quer doentes quer visitantes que circulam entre os diversos hospitais, se sirvam das autoestradas, pagando”, disse.

O porta-voz da comissão de utentes salientou que “não faz sentido transportes pesados terem de passar por dentro de uma cidade como o Entroncamento, Constância, Abrantes e até Tomar”.

Referindo que o que falta para haver uma solução é “vontade política”, Manuel Soares afirmou que “há custos acrescidos, em termos de segurança, nas zonas urbanas e uma fatura que vai chegando aos poucos, que é a danificação das vias rodoviárias dentro das zonas urbanas”.

Além disso, o tempo das deslocações que os transportes profissionais gastam passando por dentro das localidades prejudica a competitividade das empresas.

A participar neste protesto, a secretária-geral da central sindical CGTP-IN, Isabel Camarinha, descreveu as portagens como uma vergonha: “Os sucessivos governos vão apregoando que querem desenvolver o interior, que querem a coesão territorial, que querem o desenvolvimento e apostar na fixação de pessoas nas regiões interiores do país, mas depois não tomam as medidas que são necessárias, nomeadamente esta”.

Para Isabel Camarinha, manter esta situação encarece muito a mobilidade naquela região, prejudica o investimento e as populações.

“Esta exigência de avaliação das portagens é justíssima. São as promessas que vão sendo feitas ao longo dos anos e que não são cumpridas que põem esta população em estado de grande revolta. Isto associado aos baixos salários, ao desinvestimento nos serviços públicos e ao não investimento na produção nacional”, destacou.

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