O ex-presidente da Comunidade Judaica de Belmonte, António Mendes, vive atualmente em Israel, dando continuidade a um sonho que começou a cumprir há seis anos, quando visitou aquele país pela primeira vez.
O ex-presidente da Comunidade Judaica de Belmonte, António Mendes, vive atualmente em Israel, dando continuidade a um sonho que começou a cumprir há seis anos, quando visitou aquele país pela primeira vez.
Até 2011, António Mendes nunca tinha estado na terra que sempre sentiu como sendo a sua verdadeira origem, mas a oportunidade de integrar a comitiva portuguesa que nesse ano marcou presença na Feira Internacional de Turismo do Mediterrâneo (IMTM), em Telavive, mudou a realidade e fê-lo ter certeza de que era em Israel que queria viver.
Na ocasião, António Mendes explicou à Lusa que as lágrimas lhe vieram aos olhos quando o avião aterrou, tal foi a emoção de poder estar em locais imaginados ao longo de uma vida de entrega religiosa.
“Senti-me logo em casa e agora continuo a sentir-me”, contou, explicando que se mudou há três anos para Israel juntamente com a família.
Uma decisão assente acima de tudo na fé judaica: “Nunca fui maltratado em Belmonte e nunca esquecerei que foi lá que nasci, mas aqui sinto-me judeu por inteiro e temos tudo para podermos praticar a nossa religião sem os constrangimentos práticos que tínhamos, como por exemplo a nível dos produtos kösher”, apontou.
Um testemunho que partilhou com a Lusa novamente no âmbito de um encontro realizado com a comitiva portuguesa que participou este ano na IMTM e que contou, entre outros, com o presidente da Câmara Municipal de Belmonte, António Dias Rocha.
O presidente do único município português onde existe uma comunidade judaica organizada não quis deixar passar a oportunidade em branco e na terça-feira promoveu, em nome do município, um jantar com cerca de 20 judeus nascidos em Belmonte e que estão atualmente a residir em Israel.
A iniciativa que contou também com a presença do embaixador de Portugal em Israel, Miguel de Almeida e Sousa, que desafiou os presentes a inscreverem-se na embaixada portuguesa de modo a poderem ser acompanhados.
“Vocês continuam a ser portugueses e belmontenses”, disse.
Uma ideia igualmente vincada por António Dias Rocha, que se mostrou feliz por encontrar os conterrâneos bem, não deixando, todavia, de lhes lembrar que Belmonte os receberá de braços abertos, caso queiram regressar à terra que os viu nascer.
Um repto que António Mendes não pensa aceitar.
Ainda assim garante que manterá os laços com Belmonte e não afasta a hipótese de até vir a criar uma associação da Comunidade Judaica de Belmonte, desta feita em Israel.
“É uma ideia que fica deste encontro. Não tenho nada planeado, mas se a nossa comunidade continuar a crescer, acho que é uma hipótese”, referiu.
© - Diário Digital Castelo Branco. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por: Albinet
