"Rastro, Margem, Clarão" é um projeto pluridisciplinar de criação artística em torno do universo da escrita de Rui Nunes, que envolve criadores em artes performativas, artes visuais e ensaio teórico.
A obra deste autor está repleta de elementos que assumem a escrita enquanto ato performativo: as páginas enchem-se de vazios, brancos, destacados a negro, rasuras, frases truncadas.
Assim, a escrita parece convocar menos uma leitura e mais uma visão, aproximando-se do que há de a-verbal nos modos de coexistência entre diferentes sujeitos (aquilo que Jacques Rancière designa como "partilhas do sensível"), o seu excedente semiótico ou comunicacional, como acontece com os nossos gestos, a respiração, os movimentos do nosso corpo.
Portanto, é todo um registo que se consagra na performatividade, na violência e no fulgor do corpo in actu (o corpo que se realiza verdadeiramente enquanto dura a performance). É a partir destes elementos que Ana Gil e Nuno Leão – diretores artísticos da Terceira Pessoa – criam e apresentam uma performance em que o corpo se procura construir enquanto lugar e em que o próprio espaço devém um corpo em construção. Que lugar é esse onde hesitamos entre a perfeição e o desastre?
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