Um pequeno aparelho de medição da pressão arterial vai comunicar sem fios com um telefone que vai informar os médicos do estado dos doentes e lançar alertas, se necessário.
"O utente também recebe informação de volta, para saber como está a correr o processo, e o sistema vai recordá-lo na altura em que for necessário fazer novas medições ou tomar medicação", sublinha Miguel Castelo Branco, presidente da faculdade e médico no Hospital da Covilhã.
"Isto não substitui a relação presencial entre a equipa de saúde e os utentes, mas permitirá reduzir as deslocações a consultas de controlo e melhorar a recolha de dados", acrescenta.
O projecto de investigação científica da Universidade da Beira Interior (UBI) pretende validar o sistema em Portugal como uma forma mais eficiente de monitorizar um maior número de doentes.
"Infelizmente continua a haver problemas graves de controlo de doenças crónicas a nível mundial e a hipertensão é um exemplo claríssimo: afecta 30 por cento da população e sabemos que só uma pequena percentagem está controlada", salientou.
"Ou seja, os dados mostram que temos que introduzir novas soluções para reduzir o risco de problemas graves que venham a limitar a qualidade de vida dos doentes", justifica Miguel Castelo Branco.
Mas para além da hipertensão, o sistema de telemonitorização vai poder acompanhar à distância outras doenças, como diabetes, insuficiência cardíaca ou doença pulmonar obstrutiva crónica.
Desde que haja um número de utentes que justifique a sua implementação, o método poderá ser aplicado "a qualquer patologia em que um aparelho faça a recolha de dados que tenham utilidade clínica e possam ser enviados por telemóvel".
Segundo Miguel Castelo Branco, para além dos 50 doentes que deverão começar a ser seguidos a partir do meio do ano (sempre comparados com outros 50 em acompanhamento normal), "será feito um estudo de viabilidade económica de todo o sistema".
Entre outros pormenores, está a ser estudado qual será o parceiro de comunicações, sendo que a faculdade covilhanense vai fornecer o equipamento devidamente configurado aos utentes.
"É uma configuração extremamente fácil, sem fios. Há um cartão de identificação para cada pessoa e a partir daí todo o processo é muito simples", destaca Miguel Castelo Branco.
O Instituto Austríaco de Tecnologia é o parceiro internacional da UBI no processo, "devido à investigação que já fez na matéria e especificamente neste modelo de comunicação de dados".
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