Juventude Socialista de Castelo Branco contra Central Solar Fotovoltaica “Sophia”

A Federação Distrital Juventude Socialista de Castelo Branco (FDJSCB) é contra toda e qualquer iniciativa que coloca em causa o património natural e o modo de vida local da região e apela, em comunicado, a uma grande mobilização nos protestos que decorrem ao longo das próximas semanas em diferentes latitudes do distrito, à participação massiva nas sessões de esclarecimento a promover e ao contributo à consulta pública que ainda decorre até à próxima quinta-feira, dia 20 de Novembro.

 

  • Região
  • Publicado: 2025-11-18 10:18
  • Por: Diário Digital Castelo Branco

 A FDJSCB, reunida este sábado, 15 de Novembro em Penamacor, emite a seguinte posição sobre o projeto Sophia, empreendimento energético que compreende os territórios de Idanha-a-Nova, Fundão e Penamacor, no distrito de Castelo Branco.

Em nota de imprensa os jovens socialistas referem que se encontra em período de consulta pública, até à próxima 5ªfeira, 20 de Novembro, "a Central Solar Fotovoltaica (CSF) 'Sophia' e as Linhas de Muito Alta Tensão (LMAT) associadas, que se encontram neste momento em fase de licenciamento, cuja promotora económica é a empresa Lightsource BP, subsidiária da multinacional BP, e a proponente no processo de avaliação de impacte ambiental (AIA), é a empresa Coloursflow – Unipessoal Lda.

O território abrangido concentra centenas de hectares de Reserva Agrícola Nacional (RAN), Reserva Ecológica Nacional (REN) e Rede Natura 2000 com forte componente rural, florestal, aquífera e, por tudo isso, turística.

É sabida a necessidade de garantir centrais de grande escala, como a proposta, de forma a acelerar a transição energética, a redução de emissões de CO2, a produção de energia equivalente ao consumo de centenas de milhares de lares e o potencial de investimento e do ponto de vista do emprego que um projeto destes confere.

Contudo, de acordo com os dados públicos disponíveis, este empreendimento energético concentra um potencial de risco para grandes áreas de potencial agroflorestal e a sua preservação, convertendo a sua função económica única e exclusivamente para a energética, interfere com ecossistemas sensíveis e espécies protegidas, compromete a identidade dos diferentes territórios e o seu modelo de desenvolvimento, coloca em causa o harmonioso ordenamento do território e oferece risco de industrialização de paisagens eminentemente rurais.

O projeto Sophia e a Central Fotovoltaica da Beira, outro projeto de dimensão inferior, implicam desmatação em larga escala, com o abate de milhares de sobreiros, azinheiras e extensas áreas de carvalhais, bem como a mortalidade direta estimada de cerca de 16 mil aves selvagens protegidas e cinegéticas, por colusão com linhas elétricas. É ainda previsível que o património das Aldeias Históricas de Monsanto, Idanha-a-Velha e Castelo Novo, a paisagem protegida regional da Serra da Gardunha e o Parque Natural do Tejo Internacional sejam profundamente afetados do ponto de vista da arquitetura natural da sua envolvência e prejudicadas na sua função turística e por isso de desenvolvimento social e económico.

Parafraseando uma petição levada à Assembleia da República, cujo subscritor é o cidadão Micael Fernandes Gil, de entre outras milhares de opiniões, petições e pareceres de cidadãos anónimos, ONGs e Câmara Municipais da Região “A instalação de milhares de painéis solares e estruturas metálicas num território de elevado valor patrimonial, agrícola, pecuário e cinegético compromete o turismo rural e de natureza, a agricultura familiar, a caça e o modo de vida local — pilares de uma economia sustentável e identitária.”

 Desta forma, é urgente e imperativo que as organizações políticas utilizem as ferramentas que têm ao dispor para mobilizar os seus filiados, simpatizantes e a comunidade em geral para o perigo ao desenvolvimento da região que o projeto Sophia encerra”, lê-se no documento enviado ao Diário Digital Castelo Branco.

 

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