Vários prestadores de serviço que participaram recentemente em concursos públicos promovidos pelo Município de Castelo Branco manifestam-se indignados, alegando irregularidades nos processos de adjudicação e favorecimento de empresas com ligações pessoais a funcionários municipais.
O Diário Digital Castelo Branco teve acesso a testemunhos que apontam para práticas pouco transparentes na escolha dos vencedores.
Segundo os relatos recolhidos, há situações em que propostas apresentadas por empresas que cumpriram integralmente os requisitos legais e apresentaram os preços mais baixos — o critério definido para adjudicação — foram desclassificadas sem explicações fundamentadas. Os empresários afetados acusam o Município de agir em benefício de entidades com laços de amizade junto de funcionários internos, contornando os princípios da concorrência leal e da transparência.
Um caso que levanta particular preocupação remonta a 2023, num concurso público para aluguer de equipamentos para eventos. O caderno de encargos incluía imagens demonstrativas de equipamentos específicos, que, segundo os dados disponíveis, apenas a empresa VTE Eventos, de Castelo Branco, possuía. No entanto, a empresa SPORMEX, de Braga, utilizou indevidamente essas mesmas imagens na sua proposta, sugerindo possuir os equipamentos em questão — algo que, segundo fontes ligadas ao processo, não correspondia à realidade. Testemunhos apontam para que a razão desta adjudicação com a empresa de Braga seja uma alegada desavença entre o presidente da Câmara e o proprietário da empresa VTE Eventos, tendo a "vingança" sido a contratação dos serviços à empresa SPORMEX.
Apesar de o Município ter conhecimento de que a SPORMEX não dispunha dos equipamentos exigidos, e os mesmos serem apenas da propriedade da VTE, pois esta é que constrói o equipamento, aceitou a sua proposta. A VTE Eventos contestou formalmente este procedimento, apontando uma violação clara dos princípios da contratação pública.
Mais recentemente, um outro concurso público voltou a gerar suspeitas. Uma empresa de eletricidade e iluminação, cuja proposta era economicamente mais vantajosa, viu-se preterida em favor da empresa João Nunes da Fonseca. Fontes do setor apontam novamente para alegadas ligações pessoais como fator determinante na decisão.
Estes casos têm gerado desconforto e desconfiança no tecido empresarial local, que exige maior rigor, imparcialidade e fiscalização nos processos conduzidos pelo Município.
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