A Câmara Municipal de Castelo Branco vai ter um Orçamento Municipal para 2024 (OM-2024) de 68 milhões de euros, dos quais 36 mil milhões, serão para despesas com recursos humanos e despesas de bens e serviços.
O documento, que contem um novo Mapa de Pessoal com um aumento de mais 231 postos de trabalho, foi apresentado e votado em sessão extraordinária do executivo camarário no passado dia 30 de Novembro, com os votos a favor do PS, contra do SEMPRE e a abstenção do PSD.
“A despesa com recursos humanos e a despesa com bens e serviços que apresenta totalizam 36 milhões de euros, correspondem 52,9% do orçamento total, ou seja, mais de metade que é apresentado aos albicastrenses é para pagar ordenados e bens e serviços. Só para as pessoas terem uma ideia, em 2020, o montante destas duas rubrica orçamentais era de 23,6 milhões de euros, o que representa um aumento mais de 12 milhões de euros, o que corresponde a praticamente 50% de aumento. Poderá haver algumas explicações para este aumento mas não explicará tudo, porque no nosso ponto de vista na forma como se está a gerir a Câmara Municipal, afirmou, Jorge Pio, Vereador do SEMPRE - Movimento Independente, em conferência de imprensa.
“A proposta orçamental que o executivo apresentou, para 2024, não tem qualquer linha orientadora, nem se quer nenhuma estratégia económica que se deslumbre o que é que o executivo pretende fazer. Há um conjunto de projetos que estão descontinuados onde as coisas aparecem de forma avulsa, sem lógica. Não contempla o investimento no projeto da recuperação do centro histórico da cidade, prometido em campanha eleitoral e, como este exemplo, há outros mais que têm dotações mínimas de quem não está para as executar. É um orçamento que demonstra desorientação e isso reflete-se quando não apresenta uma estratégia clara aos albicastrenses.
As dotações que estão previstas neste orçamento não estão conducentes com o Mapa de Pessoal apresentado que prevê um conjunto significativo de novos postos de trabalho (231) mas cujo Orçamento não tem verba suficiente para esse efeito. Das duas uma, ou este Mapa não é para concretizar ou se é para concretizar o dinheiro que está neste Orçamento não é minimamente suficiente, o que de certeza forma ainda vai agravar mais as despesas correntes. Trata-se de um Orçamento desequilibrado porque desinveste e, ao mesmo tempo, mantem uma grande pressão sobre a gestão corrente da autarquia, o que nunca é saudável economicamente”, reitera o Vereador do SEMPRE.
Comparando-o com Orçamentos anteriores, Jorge Pio diz “ este documento revela que o próprio executivo socialista reconhece a sua incapacidade de concretizar. Na verdade é um Orçamento que reduz cerca de 6,3 milhões de euros face à proposta de 2023, só que deste montante, 5,8 milhões de euros é de Capital. Portanto, poderemos dizer que aquilo que decresce, face ao ano transato, é apenas à custa do investimento.
Nos mandatos anteriores a este, era característica, da parte da gestão dos Orçamentos Municipais, que, entre a despesa corrente e a receita corrente,a Câmara Municipal conseguia sempre um saldo positivo para investir. Esse saldo acabou, deixou de haver…”, concluiu o vereador do SEMPRE.
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