A Covilhã acolhe, entre os dias 23 e 29, a quinta edição da Semana Africana, habitualmente realizada em Moçambique, com o objetivo de promover a lusofonia e culturas africanas de expressão portuguesa.
Pela primeira vez organizado fora de Moçambique, o evento tem como tema “a herança” e pretende ser “uma construção de espaços de diálogo entre comunidades lusófonas, favorecendo o debate e a reflexão em torno de heranças e patrimónios comuns”, segundo a organização.
A vereadora com o pelouro da Cultura na Câmara da Covilhã, Regina Gouveia, destacou a “transversalidade da Semana Africana em termos de países representados e de áreas culturais”.
“Temos diferentes abordagens e linguagens patentes em mais do que um espaço da cidade. Que a comunidade aproveite esta semana para ter um conhecimento mais aprofundado destas culturas”, salientou hoje a vereadora, durante a conferência de imprensa de apresentação da iniciativa.
O evento “articula várias áreas”, realçou Regina Gouveia, sobre um programa que contempla três sessões literárias, um desfile de moda assente na sustentabilidade, gastronomia, artesanato, música e artes plásticas.
Segundo a vereadora, embora a Semana Africana seja mais centrada em Moçambique, ela é uma celebração da lusofonia e conta com representantes de outros países de expressão portuguesa.
“Pretende-se sensibilizar para o que as culturas africanas têm em comum, sem deixar de salientar as especificidades de cada uma”, enfatizou Regina Gouveia.
A Semana Africana é promovida pela Câmara da Covilhã, em parceria com as entidades moçambicanas QuaQua Design e AKINO, com o Instituto Nacional das Indústrias Culturais e Criativas (INIC) e a Universidade da Beira Interior (UBI).
O vice-reitor da UBI Paulo Serra salientou o peso dos alunos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) na instituição, onde no último ano letivo representavam 82% dos estudantes estrangeiros.
Para Paulo Serra, a Semana Africana enfrenta “três desafios”: proporcionar um conhecimento mútuo das culturas, reconhecer e valorizar as diversas culturas e a “aceitação da diversidade”, que considerou “um imperativo para as sociedades”.
Henriqueta Macuácua, fundadora da iniciativa, explicou que a contactou a Covilhã, no distrito de Castelo Branco, por ter sido a cidade onde fez o mestrado, ter mantido ligações e reunir as condições para responder a um dos objetivos do evento: a internacionalização.
Uma das curadoras, Cristina Vieira, comentou olhar-se muitas vezes para África como um todo “monocromático”, em vez do que representa cada país, e esta ser uma oportunidade para mostrar “como são produtores de cultura” e estar-se perante “um abraço” entre entidades e países, para se conhecerem mutuamente e apreciarem a sua diversidade.
“Haverá uma espécie de troca e de reconhecimento do que África tem potenciado”, sublinhou Henriqueta Macuácua, para quem este será um momento de “muito intercâmbio”.
Ao longo da semana, a Covilhã acolhe vários designers, modelos, chefs, artistas e escritores de origem africana que vão apresentar as suas criações.
“Vamos ter a língua portuguesa a relacionar culturas e a juntar artistas de diferentes áreas”, acentuou a vereadora, que acrescentou tratar-se de uma iniciativa realizada no âmbito da Covilhã Cidade Criativa do Design da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).
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