Castelo Branco: DGArtes apoia programação da "Terceira Pessoa" com 120 mil euros

A Terceira Pessoa, estrutura de Castelo Branco que desenvolve projetos artísticos, viu o apoio da Direção-Geral das Artes (DGArtes), para próximos dois anos, duplicar, para cerca de 120 mil euros

  • Cultura
  • Publicado: 2023-01-31 22:28
  • Por: Diário Digital Castelo Branco/Lusa

“A renovação do apoio da DGArtes para o biénio 2023-2024 é sustentado e duplicou e terá o valor de 120 mil euros. É uma ótima notícia e queremos acreditar que é o resultado de um trabalho conseguido e realizado pela Terceira Pessoa e pela sua rede de parceiros”, afirmou um dos diretores artísticos da Terceira Pessoa, Nuno Leão, durante a apresentação do Plano Anual de Atividades para 2023.

Este responsável salientou que o apoio da DGArtes, na área dos cruzamentos disciplinares, duplicou.

“No biénio anterior tínhamos cerca de 54 mil euros anuais e para o biénio 2023-2024, a Terceira Pessoa terá cerca de 120 mil euros para desenvolver este plano de atividades que vos vamos apresentar”, frisou.

A estrutura cultural de Castelo Branco apresenta, na área da criação, três novos projetos no seu plano de atividades: “Os Idiotas”, “In Loco” e “Possibilidade de uma Ilha”.

“Os Idiotas” é a última criação de uma tetralogia, iniciada em 2015, em torno do processo teatral, que põe em causa uma ideia normativa, orgânica ou meramente funcional de “teatro”.

O tema recorrente neste espetáculo é o trabalho dos atores e atrizes enquanto motor de experimentação dos binómios ficção/realidade e, consequentemente, performers/público.

Um grupo de atores e atrizes junta-se para questionar o seu ofício e a sua existência enquanto agentes do acontecimento teatral.

A sua estreia está agendada para o dia 26 de maio, no Teatro-Cine de Torres Vedras.

O “In Loco” tem a primeira apresentação agendada para o dia 21 de julho e caracteriza-se por ser um projeto pluridisciplinar que propõe o desenvolvimento de uma plataforma ‘online’ de acesso universal que permita vários tipos de interações artísticas e educativas em espaços públicos.

“O projeto reúne um coletivo de 24 artistas contemporâneos, para a criação de 52 obras multidisciplinares em suporte digital, que relacionem o espaço público (na especificidade de cada lugar) e a criação de objetos artísticos”, explicou Nuno Leão.

Através da materialização de uma plataforma, promove-se uma interação intuitiva entre as obras criadas e o público, permitindo que conteúdos artísticos se relacionem com os espaços, promovendo uma maior visibilidade e alcance, associando o desenvolvimento tecnológico e a arte.

“Pelo seu caráter inovador, permite ao público relacionar-se com as obras, por identificação das coordenadas de GPS sem constrangimentos temporais e logísticos, enquanto potencia diferentes campos de experimentação e de conhecimento para a comunidade artística e o público em geral, a descentralização das artes no alcance de novos públicos e a promoção do turismo criativo”.

Por seu turno, “Possibilidade de uma Ilha” é um projeto que assenta na ideia da relação entre performatividade e ausência do artista.

A primeira exibição decorre de 29 novembro a 02 dezembro e “procura-se que o artista crie um objeto (ou dispositivo) que é enviado para a galeria e que o confronto entre o mesmo com o público/leitor motive uma ação, uma performance”.

“Neste sentido podemos afirmar que o público é um espetador ativo e que o objeto é uma ferramenta que faz a arte acontecer”, frisou o diretor artístico da Terceira Pessoa.

A exposição das peças acontece ao mesmo tempo em várias cidades e países diferentes, nomeadamente em Lisboa, Castelo Branco, Gouveia, Idanha-a-Nova e Malmo (Suécia), assumindo um cariz expansivo no alcance simultâneo de vários públicos e contextos geográficos diversos.

A estrutura cultural de Castelo Branco vai ainda dar continuidade a seis projetos que tem desenvolvido ao longo de anos anteriores: “Vitamina D”, “Serviço Público”, “Singular”, “Anatomia do fazer”, “Circulação” e “Radioatividade”.

A diretora artística da Terceira Pessoa, Ana Gil, explicou que o ano de 2023, “será bastante ousado”. Ousar sair, ousar arriscar em outras áreas, em projetos de natureza um pouco híbrida.

“A Terceira Pessoa está num lugar de testar alguns limites e de questionar-se também dentro da sua prática artística. Penso que ousar arriscar é também ousar progredir, ousar alargar horizontes”, concluiu.

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