“House of Dragon” teve cenas gravadas em Monsanto e centra-se na família Targaryen. Ao todo são 10 episódios para ver na HBO.
HBO baseada nos livros de George R. R. Martin tornou-se num marco. Conquistou um imenso público em todo o planeta e foi uma das séries que mais contribuíram para a mudança de paradigma na indústria, fazendo valorizar a televisão face ao cinema.
Apesar de várias críticas dos fãs à última temporada — que também terão sido motivadas pelas expetativas astronómicas a que a série nos habituou a todos — a HBO não quis abandonar a saga. Numa era em que Hollywood está repleta de remakes e sequelas, a plataforma apostou numa prequela (e já existem relatos de que outros spinoffs estão a ser preparados).
, que se baseia no livro “Fire & Blood” (2018), do mesmo autor, estreia agora em todo o mundo. Isto é o que precisa de saber sobre o projeto.
“House of Dragon”, o primeiro spinoff de “A Guerra dos Tronos”, estreia na versão portuguesa da HBO Max esta segunda-feira, 22 de agosto. Ao todo, são 10 episódios — todas as semanas será transmitido um novo capítulo.
A narrativa passa-se 200 anos antes dos acontecimentos de “A Guerra dos Tronos”. Isto significa que é uma fase diferente do continente de Westeros, mas não assim tão distante da realidade a que fomos habituados. O grande foco do enredo está na família Targaryen, os antepassados de Daenerys.
As personagens são outras, mas a sede de poder mantém-se intacta. Sob o comando dos Targaryen, numa época em que os dragões dominavam tudo e todos, habilmente comandados pelos seus mestres de cabelos platinados, Westeros prepara-se para uma nova batalha. A guerra civil que marcou aquele tempo recebeu o nome de “Dança dos Dragões”.
A batalha opôs dois herdeiros ao Trono de Ferro, Rhaenyra e o seu meio-irmão Aegon II, num confronto que definiu muito do que seria o futuro da então mais temida e poderosa casa de Westeros.
Sexo e violência são dois conceitos que, historicamente, sempre atraíram muitos espectadores ao cinema e televisão. “A Guerra dos Tronos” sempre teve bastante de ambos, apesar de, acima de tudo, ser um drama shakespeariano sobre uma luta pelo poder entre personagens complexas e cativantes.
Na nova série vai manter-se o registo — pelo menos por aquilo que um dos atores protagonistas, Matt Smith, disse em entrevista à “Rolling Stone”. O ator queixou-se até de haver demasiadas cenas íntimas para o seu gosto.
"Dás por ti a questionar: ‘precisamos de outra cena de sexo?’ E eles: ‘sim, precisamos’. E tens de te perguntar: ‘o que estás a fazer? Estás a retratar os livros, ou estás a diluir os livros para representar esta época [em que vivemos]?’ E acho que é o nosso trabalho retratar os livros de forma honesta e verdadeira, tal como foram escritos”, disse o ator que interpreta o príncipe Daemon Targaryen. Quando questionado sobre se ele próprio tinha bastantes cenas íntimas, Matt Smith foi peremptório. “Sim, um pouco demasiado.”
“House of Dragon” teve gravações em diversos países, incluindo Portugal. O concelho de Idanha-a-Nova — nomeadamente as aldeias de Penha Garcia e Monsanto — foi o local escolhido pela produção para gravar algumas cenas. A aparência medieval e a paisagem natural desta zona do distrito de Castelo Branco terão sido essenciais. A autarquia portuguesa colaborou com a produção — e espera que, após a estreia da série, atraia visitantes à região.
Apesar de esse fenómeno ter acontecido com várias cidades que apareceram na série original, não terão sido gravadas assim tantas cenas em Portugal. Por isso, não espere que o nosso País tenha um enorme protagonismo no reino dos dragões.
Espere caras novas e atores que não são estrelas mundiais firmadas. Foi assim que funcionou com a série original, que catapultou a carreira de diversos nomes, exemplarmente escolhidos pelos diretores de casting envolvidos.
O elenco de “House of Dragon” inclui nomes como Emma D’Arcy, Matt Smith, Paddy Considine, Olivia Cooke, Steve Toussaint, Eve Best, Rhys Ifans, Sonoya Mizuno, Fabien Frankel ou Ryan Corr, entre tantos outros. Mais uma vez, haverá inúmeras personagens.
Os criadores da série de “A Guerra dos Tronos”, David Benioff e D.B. Weiss, não participam neste spinoff. Em vez disso, os responsáveis pelo projeto são Miguel Sapochnik (realizador de alguns dos mais famosos episódios da série) e Ryan J. Condal (um dos argumentistas que trabalharam lado a lado com George R. R. Martin). A produção também conta com uma banda sonora composta por Ramin Djawadi, o autor dos temas originais que sobressaíram durante as oito temporadas de “A Guerra dos Tronos”.
Até agora, as críticas da imprensa especializada internacional têm sido positivas, ainda que não apontem “House of Dragon” como um projeto brilhante. No Rotten Tomatoes, site que aglomera as classificações dos críticos, soma 76 por cento de textos favoráveis. A maior parte fala numa série distinta, sem estar demasiado colada a “A Guerra dos Tronos”, com uma estética mais obscura e personagens menos envolventes. Espere uma produção menos calorosa e para um gosto mais exigente.
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