A Real Associação da Beira Interior, organizou uma palestra no dia 20 de Novembro, subordinada ao tema – “Já Leram a Poesia de Braz Garcia de Mascarenhas?”, o evento realizou-se na Biblioteca Municipal de Castelo Branco e teve o apoio da Câmara Municipal de Castelo Branco.
O orador convidado foi o albicastrense, professor, investigador e poeta António Salvado.
Na Mesa esteve o orador e o Vice-Presidente da Real Associação da Beira Interior – Luís Duque-Vieira.
Foi realizada mais uma palestra da série “Já Leram a Poesia de…?” que António Salvado tem vindo há longa data a animar, e desta vez consagrada à vida e à obra do poeta do Século XVII Braz Garcia de Mascarenhas, autor do poema épico Viriato Trágico.
Em resumo, apontou António Salvado algumas características da personalidade de Braz Garcia de Mascarenhas, evidenciando o seu pendor para a rebeldia, o seu espírito aventureiro, a sua participação em rixas e outras contendas, mas salientamos que, em simultâneo, Braz Garcia de Mascarenhas foi um patriota, lutando junto da fronteira da região da Guarda contra os invasores castelhanos, após a restauração de 1640. A sua valentia nesses embates mereceu-lhe várias honrarias atribuídas pelo Rei restaurador.
Procedendo em seguida António Salvado a uma análise do Viriato Trágico, particularizando muitas qualidades com a obra artística e definindo Braz Garcia de Mascarenhas como um poeta de valor criativo, capaz de, em várias saliências da sua poesia épica, ombrear com Luís Vaz de Camões. Na verdade, e ainda de acordo com o arrazoado de António Salvado, o poder subjacente ao discurso narrativo, a maleabilidade com que reverte os segmentos de qualquer descrição, o encantamento lírico que palpita no tratamento de cenas mais particularmente no desenrolar do qual vemos toda a vida de Viriato (da sua condição de pastor, da sua eleição pelos lusitanos, como caudilho, o seu êxito consecutivo nos combates contra os invasores romanos, até ao assassinato à traição) – eis, um povo ao correr da pena, algumas das qualidades imperecíveis que Braz Garcia de Mascarenhas imprimiu no seu Viriato Trágico.
Durante a palestra foi recitada poesia por parte de Maria de Lurdes Barata (Milola), Maria de Lurdes Riscado (Milu) e Manuel Costa Alves. Na parte final a Maria Adelaide Salvado entreviu referente a um texto da sua autoria no jornal “Raiano” numa edição de Outubro de 2020.
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