Livro de Gonçalo Salvado celebra o fogo e o vinho na poesia de Eugénio de Andrade

“Um Corpo É Sempre Uma Chama – O Fogo e o Vinho na poesia de Eugénio de Andrade” é o título da antologia organizada pelo poeta Gonçalo Salvado, a publicar numa colaboração da Editora Lumen com a Livraria Sá da Costa Editora de Lisboa, em parceria com a Quinta dos Termos. 

  • Cultura
  • Publicado: 2021-07-14 00:00
  • Por: Diário Digital Castelo Branco

A presente antologia insere-se numa coleção de poesia, única no panorama editorial português, dirigida por Gonçalo Salvado, cujas obras surgem em original formato livro/garrafa, numa união que pretende materializar a relação simbólica e milenar entre o vinho e a poesia. O editor é Ricardo Paulouro.

O livro que apresenta uma seleção das referências ao fogo e ao vinho na poesia Eugénio de Andrade, reproduz na capa um retrato inédito de Eugénio de Andrade realizado expressamente com esta finalidade por Dorindo Carvalho, um dos designers gráficos/artistas portugueses mais marcantes da segunda metade do séc. XX. Contém ainda um facsimile de um poema manuscrito de Eugénio de Andrade oferecido pelo poeta a Gonçalo Salvado, e uma fotografia da autoria de Dario Gonçalves, que regista  Eugénio de Andrade junto a Gonçalo Salvado, datada de 1990. Inclui  ainda uma nota de abertura do autor da antologia e uma apresentação de Maria João Fernandes.

Trata-se da primeira antologia poética com os temas do fogo e do vinho na poesia de Eugénio de Andrade, sendo também a primeira vez que a poesia deste vulto  ímpar e tutelar das nossas letras é editada no singular formato de livro/garrafa.  

Eugénio de Andrade (1923-2005) nascido na Póvoa de Atalaia/ Fundão é, nas palavras de Gonçalo Salvado: “o maior poeta do amor e do erotismo da segunda metade do séc. XX em Portugal, criador de um novo e revolucionário dizer amoroso. A sua poesia, em sua maioria escrita sob o influxo de Eros e refletindo o fascínio por esta figura central da mitologia grega não foi ainda suplantada no alvor deste novo século. Nem mesmo O Amor Em Visita (1958) de Herberto Helder, que tanta novidade no plano da linguagem aportou para a poesia amorosa portuguesa do séc. XX, conseguiu superar o milagre da voz de Eugénio, provando-se, mais uma vez, que o mistério da Poesia está muito para além da literatura.” 

De lembrar que Um Corpo É Sempre Uma Chama (expressão retirada de um texto de Eugénio de Andrade) foi igualmente o título escolhido por Gonçalo Salvado para a Exposição, comissariada por Maria João Fernandes, de esculturas e desenhos do escultor José Rodrigues, histórico amigo e colaborador de Eugénio de Andrade, que esteve patente em Gouxaria (Alcanena), em 2017. 

De referir que esta não é a primeira vez que Gonçalo Salvado homenageia Eugénio de Andrade. Em 2016, a convite e integrado no encontro literário Poesia, Um Dia, uma iniciativa da Biblioteca Municipal José Baptista Martins, de Vila Velha de Rodão, Gonçalo Salvado organizou um recital de poesia com seleção de poemas de sua autoria que intitulou: “O teu corpo é como um rio/ onde o meu se perde” – O Corpo e o Rio na poesia amorosa de Gonçalo Salvado”, escolhendo dois versos de Eugénio para titular o recital, um singelo tributo ao mestre. As leituras foram efetuadas durante um passeio a bordo de um barco no rio Tejo. 

 De referir que um dos números desta original coleção é dedicado à poesia de António Botto, o mais relevante poeta do amor e do erotismo da primeira metade do séc. XX português, cujos versos e universo poético muito influenciaram Eugénio. Esse livro intitulado “A Taça Que Me Destinas – Amor e Vinho na poesia de António Botto”  unido ao de Eugénio de Andrade completará a edição dupla, previamente projetada por Gonçalo Salvado, composta por dois livros/garrafa, consagrada e em homenagem aos dois nomes mais proeminentes da poesia amorosa e erótica do séc. XX português, sendo inédita esta ligação numa mesma edição. 

A apresentação das duas antologias terá lugar em data a agendar na Biblioteca Municipal António Botto, em Abrantes.

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