A Estação Teatral ESTE vai estrear, no dia 09 de junho, no Fundão, o espetáculo "Sou Eu", que é inspirado na novela "O Sorriso aos Pés da Escada", de Henry Miller, anunciou aquela companhia de teatro.
"Sou eu" é a 41.ª produção com o selo da companhia que tem sede no Fundão, distrito de Castelo Branco, e ficará em cena entre os dias 09 e 13 de junho (de quarta-feira a domingo), com apresentações, às 21:30, na Praça da Moagem - Cidade do Engenho e das Artes.
Com encenação de Sérgio Fernandes, este espetáculo recorre à poesia visual para apresentar o "impulso empático ente ator e espectador, unidos no encontro irrepetível do teatro".
"O ator é aqui um criador de impulsos na busca da felicidade, da sua e do outro, onde o recurso privilegiado, mais que a linguagem, é o da emoção, esta sim, universal", aponta a ESTE, em comunicado enviado à agência Lusa.
Neste trabalho fala-se sobre os "eternos retornos" em que se persiste, existe e resiste, não por altruísmo, mas pela inevitável trajetória da matéria-prima de que se é feito, não deixando que o mundo se torne cinzento, frio distante, autómato.
"Um artista resguarda-se na memória, e mesmo que tudo falhe, essa permite-lhe manter vivos os lugares onde despertou alegria em corações alheios e, assim, vê a sua árdua tarefa validada", acrescenta a informação, divulgada pela companhia.
A obra original, "O Sorriso aos Pés da Escada", editada pela primeira vez em 1959, foi escrita por Henry Miller, por sugestão do pintor Fernand Léger, e deu origem à ópera homónima do compositor italiano Antonio Bilbalo, "Sorrisi ai piedi d'una scala", estreada em Hamburgo, em 1965.
Miller conta a história de um palhaço, figura que, como escreve no epílogo da obra, "está separado do mundo pelo riso", um riso que "nada tem de fantástico, é apenas um riso silencioso (...) um riso sem alegria", "aos pés da escada". O palhaço, porém, "ensina-nos a rir de nós próprios".
"Como o palhaço, vamos fazendo as nossas piruetas, aparentando sempre, adiando sempre o grande acontecimento", prossegue o autor no termo da obra. "Morremos a lutar para nascer, pois nunca fomos e nunca somos. Estamos sempre na relatividade de vir a ser, separados, desligados sempre. Sempre do lado de fora da vida. (...) Desejava que o meu herói deixasse este mundo como o fenecer da luz. Mas não para a morte (...). Quando se torna ele próprio, a vida começa, e não só para ele, para toda a humanidade", conclui o escritor que disse ter nesta novela a sua mais verdadeira obra.
"Sou Eu", a peça de teatro, tem encenação de Sérgio Fernandes e dramaturgia de Joana Poejo e Tiago Poiares.
A interpretação é de Tiago Poiares e Gonçalo Baptista (músico) e os figurinos são de Ana Baleia, enquanto a música é de Gonçalo Baptista e, o desenho de luz, de Pedro Fino.
A assistência de encenação está a cargo de Pedro Diogo, a criação de ilusionismo é de José Pereira, a produção executiva cabe a Joana Poejo, a fotografia é de Miguel Proença e, a direção de produção, de Alexandre Barata.
A 15 de junho, o espetáculo ruma a Madrid, como parte da programação da MADfeira - Feria de Artes Cénicas de Madrid, estando a primeira apresentação agendada para 18:30, no Teatro del Canal, na capital espanhola.
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