MPT compara Almaraz a Chernobyl se acontecer

O eurodeputado José Inácio Faria (MPT) disse hoje que se acontecer um problema grave na central nuclear espanhola de Almaraz, os portugueses deixam de ter país.

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  • Publicado: 2017-02-24 16:00
  • Por: Diario Digital Castelo Branco/Lusa

O eurodeputado José Inácio Faria (MPT) disse hoje que se acontecer um problema grave na central nuclear espanhola de Almaraz, os portugueses deixam de ter país.

"Se acontecer um problema, porque vai acontecer, garanto-vos que vai acontecer, nós deixamos de ter país. Portugal continental deixa de ser capaz de sustentar aqui a vida. E o que é que acontece aos 10 milhões de portugueses?", questionou José Inácio Faria, após uma reunião em Vila Velha de Ródão, no distrito de Castelo Branco, com o autarca local, Luís Pereira.

Em declarações à agência Lusa, o eurodeputado do MPT sublinhou a necessidade de ter em linha de conta todos estes aspetos, até porque existem exemplos como os de Chernobyl, Fukushima e outros.

Alertou ainda para o facto de Portugal ser um país de pequenas dimensões e adiantou que é preciso ter em conta esta situação: "Penso que o Governo, aqui, devia ter sido mais enérgico e não é com medidas diplomáticas que se resolve a questão. É por imposição".

José Inácio Faria estranha também a retirada da queixa portuguesa em relação a Almaraz nas instituições europeias e questiona mesmo se esta foi apresentada.

"Não percebo que jogada foi esta. Se começámos em janeiro com uma queixa e agora retiramos, os espanhóis têm dois meses para apresentar projetos que servem para o que servem. Chegam ao final do período, começam os trabalhos de reinstalação do que lhes apetecer e nós voltamos atrás e então aí voltamos a apresentar queixa e perdemos seis meses?", questiona.

O eurodeputado português diz, em tom irónico, que todos sabem como é que as decisões correm céleres, ao contrário, nas instituições europeias.

"Sabe, é que os espanhóis olham para nós como se fossemos uns tontos. Isto não é nada. Eles continuam a trabalhar. É preciso que as pessoas, este Governo e este ministro, tenham de uma vez por todas isto na cabeça", afirmou.