Segundo dirigentes socialistas contactados pela agência Lusa, esta posição de José Sócrates foi transmitida na reunião da Comissão Política Nacional do PS, que durou cerca de três horas e ficou marcada por uma ideia de inevitabilidade de uma crise política.
José Sócrates, segundo os mesmos dirigentes, voltou a recusar qualquer erro na forma como conduziu o processo de apresentação das medidas do novo PEC e lançou duras críticas ao comportamento da oposição, em especial do PSD, em relação a um programa que disse ter obtido o apoio das instituições europeias.
Na reunião da Comissão Política, da qual esteve ausente o deputado António José Seguro – apontado como potencial candidato à sucessão de José Sócrates no cargo de secretário-geral do PS -, registou-se uma série de discursos com apelos à unidade, numa lógica de cerrar fileiras e de previsão de eleições legislativas a breve prazo.
Nesse sentido falaram, entre outros, dirigentes como Jorge Lacão, Eduardo Cabrita, José Lello ou Edite Estrela.
Nas entrelinhas de alguns discursos ficaram também referências críticas a uma alegada inércia do Presidente da República, Cavaco Silva, no decurso do diferendo político em torno do PEC.
No final da reunião da Comissão Política, a eurodeputada socialista Edite Estrela assumiu publicamente essas queixas, dizendo que o Presidente da República “falou tardiamente e não agiu quando devia”.
Já o presidente da Câmara de Lisboa e “número dois” da direção do PS, António Costa, advertiu as forças da oposição de que “serão penalizados os que abrirem uma crise política”.
“Infelizmente, a posição do PSD não contribui para que se evite uma crise política. Era bom que se poupasse o país a uma crise política que, a acontecer, penalizará muito o país”, afirmou aos jornalistas.
Na reunião, a única voz dissonante foi a do deputado socialista Ricardo Gonçalves, que ficou sem resposta quando questionou que posição terá o PS se o Presidente da República quiser formar um Governo de salvação nacional.
Ricardo Gonçalves, deputado eleito por Braga, também criticou José Sócrates por apresentar o PEC poucos dias depois de o Presidente da República ter feito um discurso de tomada de posse que considerou contra o Governo, dizendo que esse a escolha desse “timing” pelo primeiro-ministro foi como atirar gasolina para uma fogueira.
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