CDS-PP quer discussão sobre desemprego e crescimento

O CDS-PP espera que na sétima avaliação da troika sejam discutidos politicamente o «volume enorme de desemprego» e a dificuldade para gerar crescimento, enquanto o PCP e o BE afirmam que não se espera «nada de bom».

  • Economia
  • Publicado: 2013-02-23 17:12
  • Por: Diario Digital Castelo Branco/Lusa

O CDS-PP espera que na sétima avaliação da troika sejam discutidos politicamente o «volume enorme de desemprego» e a dificuldade para gerar crescimento, enquanto o PCP e o BE afirmam que não se espera «nada de bom».

O deputado e porta-voz do CDS-PP, João Almeida, frisou que ao longo da execução do memorando, responsáveis do FMI, BCE e Comissão Europeia "reconheceram que os programas de ajustamento, não só o português, tiveram consequências diferentes daquilo que era esperado".

Por outro lado, sublinhou, a conjuntura internacional, e designadamente europeia, é diferente daquilo que era quando o programa foi desenhado.

"É essencial que politicamente se discutam estas questões e que se discuta o volume enorme que o desemprego tem em Portugal neste momento, a dificuldade para conseguirmos gerar um ciclo de crescimento", defendeu João Almeida, em declarações à Agência Lusa.

O porta-voz do CDS-PP acrescentou esperar que Portugal consiga, junto dos parceiros da `troika´ (FMI, BCE e Comissão Europeia) não apenas "fazer ajustamentos no programa e no seu conteúdo, mas também "encontrar soluções" para os problemas do desemprego e do crescimento.

Na agenda da sétima avaliação regular da execução do memorando de assistência financeira a Portugal, que começa segunda-feira, em Lisboa, estará incluído o corte de quatro mil milhões de euros em despesas do Estado.

Sobre este ponto, João Almeida reiterou a defesa de uma "ponderação" e "provavelmente uma recalendarização" desses cortes para que eles não tenham efeitos ainda mais negativos" no crescimento e no emprego.

Para o líder parlamentar do PCP, Bernardino Soares, uma revisão do programa, seja em termos de prazos, seja em termos de metas, não resultará em nada de positivo porque não muda os "objetivos de fundo" de "diminuição dos direitos das pessoas, o aumento da exploração sobre quem trabalha e uma transferência cada vez maior da riqueza que é de todos para o setor financeiro".

Bernardino Soares defendeu que "há um sentimento generalizado que isto não pode continuar" e considerou importante "não deixar que apareça com uma capa de sucesso" o resultado de um programa que "está a destruir a economia".

Do lado do BE, o deputado Luís Fazenda frisou que está em curso uma "revisão bastante substancial da política orçamental aprovada há dois meses".

Luís Fazenda destacou o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, admitiu avançar no imediato com o chamado "plano B" de corte de 800 milhões de euros visando o controlo da execução orçamental de 2013, devido à queda do PIB no quarto trimestre de 2012 e às implicações desta contração no presente ano.

"Estamos muito atentos, estamos muito receosos, não só porque isso incrementa uma austeridade negativa para a criação de emprego em Portugal mas porque isso se reflete numa injustiça social ainda maior do que aquela com que estamos neste momento confrontados", afirmou Luís Fazenda, acrescentando que o BE "não augura nada de bom desta sétima avaliação".

Para o PEV, o eventual alargamento dos prazos e metas do memorando será concretizado "não por boas, mas por más razões", segundo afirmou quinta-feira a deputada Heloísa Apolónia.

"Parece-nos que o Governo quer mais tempo para prolongar mais uma situação dramática em que colocou o país, sem alívios, de modo a ir justificando e concretizando a delapidação das funções sociais do Estado", disse.

Sobre as expetativas que tem em relação à sétima avaliação da 'troika, o PS remeteu para a posição do secretário-geral, António José Seguro, que, à saída de uma reunião com o Presidente da República, na sexta-feira, reiterou que não são possíveis "mais medidas da austeridade" porque o país vive na iminência de uma "rutura social".

"Este é um momento que nós não podemos perder, porque estamos em vésperas de uma avaliação da ´troika' e, como sabem, considero que deve ser uma avaliação política e não uma avaliação técnica e nós não estamos em condições de perder este momento, esta oportunidade, para mudar toda a nossa estratégia de consolidação orçamental e colocar a prioridade no crescimento económico e no emprego", afirmou Seguro.

Contactado pela Lusa, o PSD não quis pronunciar-se sobre a sétima avaliação do programa de ajustamento.

Na sexta-feira, face às previsões económicas negativas da Comissão Europeia, o deputado social-democrata Miguel Frasquilho sublinhou que a "flexibilização da previsão das metas orçamentais para 2013 e 2014" irá "certamente ser objeto de reflexão e conversas na sétima avaliação".

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