José Sócrates afirmou hoje a alunos de língua portuguesa num liceu de Paris que “nunca quis ser primeiro ministro” e que tem “mais orgulho em servir o país em momento de dificuldade”.
“Nunca senti que o povo português me tivesse virado as costas”, declarou também o primeiro ministro português, que recordou as duas vitórias eleitorais que o levaram à chefia do Governo.
José Sócrates comentou também que a segunda vitória, nas legislativas de 2009, contrariou “muitos que estavam à espera que as coisas mudassem” e que, “surpresa-surpresa”, foram confrontados com os 37 por cento de votação no Partido Socialista, disse o primeiro ministro.
Em visita ao Liceu de Montaigne, no centro de Paris, José Sócrates citou vários poetas portuguesas, com destaque para Fernando Pessoa, e recomendou aos alunos da secção internacional a leitura “do melhor poema do mundo”, “A Tabacaria”.
“Eu não sou nada. Nunca serei nada”, citou o primeiro ministro diante de um auditório com jovens de diferentes proveniências que aprendem português.
“Não vale a pena planear muito a nossa vida. O que vale a pena é investir em nós próprios”, recomendou José Sócrates, sublinhando que “a vida sem aventura não vale a pena. Olhemos pois para o que a vida nos traz”.
Respondendo a uma pergunta de uma aluna, sobre “se sempre quis ser político”, José Sócrates respondeu que “nunca” ambicionou ser primeiro ministro.
“Nunca subi para caixotes diante do espelho a discursar”, acrescentou. “Tudo isto foi acontecendo. E, um dia, olha!”, respondeu José Sócrates à adolescente que tinha colocado a questão.
“Recordo a vontade de ser deputado e, depois, de estar no Governo” para executar as políticas sobretudo na área ambiental, afirmou também. “Mas chegou o momento em que tinha que decidir”.
José Sócrates afirmou também que os seus filhos “não consideram a política como uma atividade” que se ambicione para o futuro.
José Sócrates seguiu para a reunião com o seu homólogo francês, François Fillon, ao mesmo tempo que decorrem reuniões setoriais com os três ministros que integram a delegação portuguesa, Luís Amado, José Mariano Gago e José Vieira da Silva.
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