O coletivo de juízes da 2.ª Vara do Tribunal Criminal de Lisboa, no Campus da Justiça, deu como provado que Gonçalo Cardoso alvejou “com três tiros nas costas” Nélio Marques, classificando o ato de “aleivosia”.
O tribunal condenou ainda Gonçalo Cardoso ao pagamento de uma indemnização cível aos pais de Nélio Marques no valor de 251 mil euros, acrescidos de juros de mora, a que são deduzidos 40 mil euros que tinham sido já entregues aos familiares.
Condenou ainda o homicida a pagar à Segurança Social a quantia de 2 248 euros, também com juros de mora.
Enquanto os advogados de Gonçalo Cardoso não se pronunciaram sobre a sentença, José António Barreiros, mandatário da família de Nélio Marques, reservou para mais tarde uma decisão, adiantando, contudo, que, “em princípio”, não vai recorrer da pena determinada.
“Fez-se justiça. Ficou provado que Nélio Marques foi atingido pelas costas. Esperava esta decisão. Tenho de ler o acórdão antes de decidir”, disse José António Barreiros.
Acompanhado da esposa e de familiares, o pai de Nélio Marques referiu que esperava uma pena exemplar, considerando que os 12 anos de prisão efetiva “é pouco”.
“Não estava à espera. Foi tudo provado em tribunal. Um jovem foi morto pelas costas, depois de tudo estar ultrapassado. Eu esperava e a família também que a pena fosse para cima de 20 anos. 12 anos não é nada”, declarou Nelinho.
O pai de Nélio Marques salientou que vai “falar com o advogado” para “se tomarem as decisões certas” e criticou a morosidade da Justiça.
“A minha mulher está neste estado há cinco anos. Chora todos os dias. Este jovem foi morto pelas costas e demorámos cinco anos e meio em julgamento”, disse.
O pai da vítima referiu-se ainda ao Ministério Público, sublinhando que “devia estar ao lado da vítima e não do assassino”.
Nélio Marques e Gonçalo Cardoso envolveram-se em confrontos físicos a 28 de março de 2005, num posto de abastecimento de combustível de Sete Rios/Benfica, depois de uma rixa de trânsito, motivada por uma ultrapassagem do filho do antigo futebolista do Benfica.
O tribunal deu como provado que Gonçalo Cardoso disparou três tiros com arma de fogo de calibre .32 em direção a Nélio Marques, que acabou por falecer no hospital em consequência dos ferimentos provocados por dois projéteis.
Nélio Marques tinha 25 anos.
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