Secretário-geral do PCP critica declarações do Presidente da República em defesa do PEC

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, criticou hoje as declarações do Presidente da República em defesa do Pacto de Estabilidade e Crescimento e referiu que o Pacto contraria os princípios da Constituição.

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  • Publicado: 2010-03-28 21:41
  • Por: Diario Digital Castelo Branco/Lusa
O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, criticou hoje as declarações do Presidente da República em defesa do Pacto de Estabilidade e Crescimento e referiu que o Pacto contraria os princípios da Constituição.

O Presidente da República felicitou no sábado o novo líder do PSD, Pedro Passos Coelho, sublinhando que Portugal precisa de estabilidade.

“Neste momento, independentemente de se gostar ou não gostar do Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC), temos que nos colocar na posição de defender Portugal perante o estrangeiro”, disse Aníbal Cavaco Silva em Loulé.

Jerónimo de Sousa, líder do PCP, contestou aquela posição durante um comício na Covilhã.

“Veio o senhor Presidente dizer que o PEC defende o país. Estranha forma esta de defender o país. Não é isto que diz a Constituição da República Portuguesa”, referiu

Em causa estão os princípios de desenvolvimento consagrados na Constituição, tendo em conta que o PEC “constitui uma repetição de agravadas receitas, medidas e orientações que tantos sacrifícios, desigualdades, injustiças, têm imposto à maioria do povo português”, justificou.

“É um programa que vem acrescentar crise à crise”, destacou Jerónimo de Sousa.

“Um programa que quer impor cortes no abono de família, no subsídio de desemprego e no subsídio social de desemprego, no rendimento social de inserção, no subsídio de doença, nas pensões de invalidez e velhice, entre outros”, referiu.

O líder comunista criticou ainda o facto de estar previsto retirar 715 milhões de euros ao Serviço Nacional de Saúde até 2013 e questionou as privatizações, referindo, por exemplo, que as aldeias do interior vão ficar “ainda mais abandonadas” com a privatização dos CTT.

No panorama geral, para o líder comunista, a emigração que “continua a ser a solução que este Governo reserva para os trabalhadores portugueses”.

Para além do PEC, o desemprego foi outro tema dominante na intervenção do líder comunista, que a nível local lamentou que “o Governo nada tenha feito” para evitar o encerramento das confeções Vesticon e saudou os trabalhadores “que ainda lutam” pela sobrevivência das confeções Carveste e Proudmoments.

Jerónimo de Sousa apelou a uma “forte mobilização que faça do próximo 1º maio uma grande jornada de luta dos trabalhadores portugueses”.

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