A apresentação do livro “O Primeiro-Ministro de D. João V” da autoria de José Barata de Castilho, decorreu na Biblioteca Municipal de Castelo Branco, no sábado passado, 06 de Dezembro.
O evento cultural decorreu no auditório da Biblioteca Municipal António Salvado, às 15:00 horas, e teve o apoio da Câmara Municipal de Castelo Branco, que financiou a publicação deste livro, a distribuir como merchandising cultural, sobre este pouco divulgado albicastrense ilustre.
O autor é Professor Catedrático, Grande – Oficial da Instrução Pública, pintor, escritor, genealogista, economista e Administrador da Cooperativa Cultural Pinacoteca.
A sessão foi presidida por Leopoldo Rodrigues, Presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco, na mesa estiveram o Autor e António Candeias (catedrático da Universidade de Évora, responsável do Departamento de Química e Bioquímica e Director do Laboratório Hércules).
António Candeias, fez a apresentação do livro, que qualificou como um notável trabalho de investigação, em torno do retrato e do Cardeal da Mota, por muito tempo numa penumbra injusta, esquecido pela historiografia tradicional, ignorado pelo olhar público e sem o reconhecimento proporcional ao seu papel na complexa engrenagem política do reinado de D. João V.
O seu nome, ausente nos manuais escolares, e sua imagem – até recentemente – nem sequer existia no imaginário colectivo. Sublinhou a investigação genealógica do Cardeal e o trabalho de análise feito no Laboratório Hercules na Universidade de Évora, que provou a autenticidade do quadro, elaborado no Século XVIII. Também foram referidos aspectos da vida eclesiástica, política, da doença e do testamento do Cardeal da Mota.
José Barata de Castilho, durante a sessão mostrou aspectos mais relevantes doretrato do Cardeal da Mota e seu restauro, de acordo com a investigação feita em Espanha e depois em Portugal.
Tudo se iniciou com uma palestra realizada em 2022, no Palácio dos Cardosos (Cooperativa Pinacoteca), onde foram oradores, os historiadores Hermínio Esteves e André Gonçalves; o texto da palestra publicado no jornal digital “Beira News” foi descoberto por um professor universitário espanhol, José-Nicolas Boada Juaréz, que tinha publicado um livro sobre o quadro e o Cardeal nele retratado, depois contactou o Presidente da Cooperativa Pinacoteca; após muita correspondência, José Barata de Castilho foi às Ilhas Canárias, onde observou o resultado do restauro do quadro, em tempos levado de Salamanca e que pertenceu ao bisavô da esposa de José-Nicolas Boada Juaréz. O quadro foi importado para Castelo Branco e é propriedade da Cooperativa Cultural Pinacoteca; em 2024 houve várias fases de restauro e foi publicada a tradução portuguesa intitulada “O Quadro do Cardeal”, trabalho traduzido por José Barata de Castilho. Mas antes descobriu-se em Espanha, que o quadro tinha uma pintura subjacente da segunda figura do Estado a seguir ao Rei Filipe V de Espanha – o Marquês de Mirabal - Luis Felix de Mirabal e Spynola – nobre que ficou arruinado após demissão do seu importante cargo, devido a um revés político. Falido após perda de rendimentos e grandes encargos, não o pagou e o pintor, que provavelmente terá sido Jean Ranc, passou-lhe uma camada de tinta por cima para reaproveitamento da tela e posteriormente pintou em cima o retrato do Cardeal da Mota. Depois da morte do Cardeal da Mota, certamente esteve na posse de uma Ordem Religiosa até 1836, em Salamanca, ano do de início em Espanha do confisco a essas instituições dos chamados bens de mão morta. Actualmente está em Castelo Branco, local onde nasceu o Cardeal da Mota.
A Genealogia e percurso político foram também referidos, assim como o testamento do prelado albicastrense, onde afirmou que teve nas mãos avultados valores do Estado, mas não se apoderou de nenhum, todos aplicou como devia e indicou onde estavam as provas.
Fica uma parte da História que se deve ter em consideração por parte dos albicastrenses e historiadores, o papel deste ilustre albicastrense na época oitocentista durante o Reinado de Dom João V.
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