Movimento cívico apela à participação na petição “Pela proteção e defesa da Beira Baixa”

Terminou na 5ªfeira passada, 20 de Novembro, o processo de consulta pública à “Central Solar Fotovoltaica (CSF) Sophia e às Linhas de Muito Alta Tensão (LMAT) associadas”, nos concelhos de Idanha-a-Nova, Penamacor e Fundão, registando um recorde inédito e histórico de participações em Portugal.

  • Região
  • Publicado: 2025-11-23 06:50
  • Por: Diário Digital Castelo Branco

Segundo a informação enviada ao Diário Digital Castelo Branco atingiu-se o total de 12 693 contributos, reflexo da indignação, preocupação e ação das populações e instituições locais relativamente ao projeto. 

Durante as escassas semanas deste processo de consulta pública, o movimento cívico “Cidadãos pela Beira Baixa”, outras plataformas, cidadãos e instituições desmultiplicaram-se em iniciativas de esclarecimento e mobilização em toda a região. 

Foram igualmente mobilizados cidadãos nascidos, residentes e vinculados aos concelhos envolvidos, bem como portugueses e estrangeiros que escolheram a Beira Baixa pela sua qualidade ambiental, património natural, geológico e paisagístico, e potencial para o turismo de natureza. 

Dentre estas iniciativas, destacam-se dezenas de sessões de informação e manifestação públicas em aldeias, vilas e cidades; milhares de cidadãos envolvidos através de redes sociais e grupos de comunicação comunitária; inúmeros artigos de informação e opinião nos órgãos de comunicação social regionais, nacionais e internacionais; adesão e tomadas de posição desfavoráveis de dezenas de associações, empresas e entidades locais.

A participação ativa de especialistas, académicos e investigadores sobre os diferentes impactos ambientais, económicos, sociais e culturais do megaprojeto; tomadas de posição desfavoráveis da Geopark Naturtejo (Unesco), principais associações nacionais de ambiente e ordenamento do território e de várias instituições da academia e ensino.

Tomadas de posição desfavoráveis e fundamentadas dos recém-eleitos executivos municipais de Idanha-a-Nova, Penamacor, Castelo Branco e Fundão, dos executivos das Juntas de Freguesia e da Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa, vem como tomadas de posição de diversos atores políticos a nível local, nacional e internacional. 

Apesar de a população e o movimento cívico “Cidadãos pela Beira Baixa” se assumirem claramente favoráveis às energias renováveis e transição energética, esta dinâmica tornou evidente a forte oposição ao projeto, considerando-o desproporcionado, com impactos significativos, duradouros e irreversíveis e desenvolvido, ao longo dos últimos 6 anos, à margem das comunidades da Beira Baixa. 

Os participantes destacam ainda a necessidade de avaliação integrada e rigorosa dos impactos cumulativos deste megaprojeto com os demais projetos de energia fotovoltaica e de hidrogénio já instalados e projetados para a região.  

O movimento cívico, dá ainda nota de que já iniciou reuniões com os executivos municipais e outras instituições do território, já havidas com os Presidentes das Câmaras Municipais do Fundão e de Idanha-a-Nova, bem como com o Presidente do Geopark Naturtejo, para sinalizar o interesse em contribuir para a avaliação de caminhos alternativos de transição energética, estratégia de desenvolvimento sustentável do território, bem como a nossa capacidade de mobilização e de apoio técnico em distintas dimensões (como ecologia, meteorologia, saúde pública, turismo, agricultura e floresta, dimensão social, património e cultura). 

Registou-se, também, as recentes declarações da Ministra do Ambiente e Energia, do Presidente da APA e de Maria do Rosário Partidário, Coordenadora da equipa encarregada de desenhar o Mapa Verde das Energias Renováveis. A todos se endereçou a disponibilidade dos “Cidadãos Pela Beira Baixa” para os apoiar nos processos de avaliação e decisão deste projeto, no que diz respeito à dimensão social e comunidades da Beira Baixa. 

 O movimento cívico “Cidadãos pela Beira Baixa” congratula-se com os resultados alcançados até agora, junta-se às vozes da região e do país que contestam o projeto Sophia, reafirma o seu compromisso em manter um acompanhamento atento, informado e persistente no médio prazo quanto a megaprojetos de energias renováveis no território da Beira Baixa, e acompanhar evoluções semelhantes no território nacional e transfronteiriço. 

Por último, o movimento civico apela a todos os interessados que participem na petição “Pela proteção e defesa da Beira Baixa e pela suspensão dos megaprojetos fotovoltaicos Sophia e Beira” a ser dirigida à Assembleia da República 

https://participacao.parlamento.pt/initiatives/5569

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