Câmara de Castelo Branco desfavorável aos projetos solares fotovoltaicos

Na sessão pública do executivo camarário de Castelo Branco realizada esta 6ªfeira, 21 de Novembro, o município aprovou, por unanimidade, o reconhecimento do caráter imprescindível da transição energética, mas entende que a implementação de centrais fotovoltaicas de grande dimensão “deve ser conduzida com cautela e responsabilidade”.

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  • Publicado: 2025-11-21 23:12
  • Por: Diário Digital Castelo Branco com Lusa

No documento aprovado por unanimidade, foi uma moção apresentada pelo presidente da Câmara, Leopoldo Rodrigues, através da qual refere que “a transição energética deve ser feita de forma ponderada, respeitando o ordenamento do território, a biodiversidade, o património natural, as atividades económicas locais, a oferta turística de quem nos visita e, acima de tudo, a qualidade de vida dos nossos cidadãos”, lê-se na moção.

Neste sentido, a Câmara, que também participou na tomada de posição “formal desfavorável” por parte da Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa, no âmbito da consulta pública do projeto da central solar Sophia, defende a adoção de uma posição cautelosa relativamente a projetos solares de grande dimensão.

Para o distrito de Castelo Branco estão previstos dois projetos de grande dimensão, a central solar Sophia e a da Beira.

O projeto da central da Beira contempla a instalação de 425.600 módulos fotovoltaicos, com uma potência total de 266 Megawatt (MW), numa área de 524,4 hectares dos concelhos de Castelo Branco e de Idanha-a-Nova.

Já a central solar fotovoltaica Sophia abrange os municípios do Fundão, Idanha-a-Nova e Penamacor, e representa um investimento que ronda os 590 milhões de euros, para uma capacidade instalada de 867 MWp (Megawatt pico).

Trata-se de um projeto com 390 hectares de área ocupada por módulos fotovoltaicos, 435 hectares considerando todas as infraestruturas, e um total de 1.734 hectares de área vedada.

Neste âmbito, o executivo apela para que o interior “não sirva de cobaia para projetos que não tenham avaliação rigorosa e completa em todas as suas vertentes”.

Exige ainda que qualquer iniciativa futura “deve ser cuidadosamente avaliada, tendo em conta o seu impacto ambiental, social e económico, garantindo que os projetos sejam sustentáveis, respeitem os princípios do ordenamento territorial e contribuam para a preservação da qualidade ambiental e do património local”.

Além disso, vincou que não se podem apenas promover investimentos em que os benefícios são para todo o país, “mas em que é o interior a arcar com todos os seus custos sociais, ambientais e económicos, sem que haja qualquer compensação ou contrapartida”.

 

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