A Câmara de Comércio da Região das Beiras (CCRB) divulgou hoje uma carta aberta contra o projeto de instalação da central fotovoltaica Sophia, considerando-a um atentado anunciado, que acelerará a desertificação do Interior.
A carta aberta é dirigida às populações da Beira, aos órgãos de soberania e de comunicação social.
Na missiva, a presidente da CCRB, Ana Correia, lança um apelo às câmaras municipais do Fundão, de Penamacor e de Idanha-a-Nova “para que tomem medidas imediatas no sentido de apoiarem e cooperarem com os seus munícipes, defendendo intransigentemente os seus interesses”.
A central solar fotovoltaica Sophia, que abrange os municípios do Fundão, de Idanha-a-Nova e de Penamacor, no distrito de Castelo Branco, representa um investimento da ordem dos 590 milhões de euros e a capacidade instalada na central fotovoltaica será de 867 MWp (Megawatt pico).
A central tem uma produção anual prevista de 1.271 Gwh (gigawhatt-hora) o que lhe permitirá gerar energia equivalente ao abastecimento de mais de 370 mil habitações.
Segundo Ana Correia, a população ainda não foi devidamente informada sobre as implicações permanentes e irreversíveis que este megaprojeto trará ao nível de alterações climáticas locais extremas, poluição e degradação ambiental, impacto visual e patrimonial incalculável, perda de solo agrícola e de biodiversidade e morte do turismo e da economia local.
“Aquilo que é nosso, só o perdemos uma vez. E estamos a perdê-lo à grande. Perdemos saúde, bem-estar, emprego, cultura, história e segurança climática e ambiental. E em troca de quê? De absolutamente nada, a não ser a perda de tudo isto e uma conta de eletricidade ainda mais alta”, sustenta.
A presidente da CCRB exige a reavaliação do projeto, sobretudo, o seu redimensionamento e a relocalização, “com a apresentação de alternativas credíveis para minimizar os impactos negativos a todos os níveis”.
A Câmara de Comércio das Beiras apela ainda ao Presidente da República, ao Governo de Portugal, ao primeiro-ministro e ao ministro Adjunto da Coesão Territorial para que “intervenham e ouçam o grito de alerta do Interior”.
Deixa ainda um apelo à Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e ao Ministério do Ambiente e Energia, para que cumpram a sua missão de “proteger o ambiente e as populações, rejeitando projetos que comprometem o futuro sustentável” das regiões.
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