ENCONTROS MED decorrem na Aldeia Histórica de Monsanto

Os ENCONTROS MED 2025 decorrem de 7 a 9 Novembro, na Aldeia Histórica de Monsanto, concelho de Idanha-a-Nova – Cidade Criativa da Música UNESCO, com ateliers, apresentações públicas e uma palestra, colocando o adufe e o património Mediterrâneo e Medieval, no centro da relação entre artistas e formadores, participantes e comunidade local.

  • Cultura
  • Publicado: 2025-10-28 07:16
  • Por: Diário Digital Castelo Branco

 O ENSEMBLE MED [mediterrâneo/medieval] propõe anualmente um encontro de artistas da Bacia do Mediterrâneo, que na zona raiana de Idanha-a-Nova, homenageiam o património musical de raiz Mediterrânica e/ou Medieval, de raiz escrita e oral, em particular com a tradição dos adufes e pandeiros.

Para 2025, a organização convidou Waed Bouhassoun, embaixadora da tradição da música síria e da música clássica árabe, que virá acompanhada de Ne?et Kutas (Turquia/França). Waed Bouhassoun conduz uma oficina sobre um cântico do Leste da Síria “Al-Maya ‘Al-Maya”, na abertura do Encontro, no dia 7 de novembro, pelas 18 horas; e Ne?et Kutas leva a cabo uma oficina sobre Ritmos da Turquia e Grécia. Ambos darão um concerto com o programa “La Joie de la Vie, Un air méditerranéen”, no dia 9 de novembro, pelas 21 horas, na Igreja Matriz de Monsanto, inspirado no Mediterrâneo como ponto de encontro entre África, Europa e Ásia, e um espaço aberto para o resto do mundo.  

Amélia Fonseca, coordenadora das Adufeiras de Monsanto, grupo icónico das cantigas de adufe da região da Beira Baixa e Idanha-a-Nova, divulgando o cancioneiro de tradição oral da aldeia histórica de Monsanto, estará com Rui Silva, investigador artístico sobre o adufe moderno em Portugal e nas técnicas do adufe tradicional, estreando pela 1ª Ensemble de Adufes (Intermédio/Avançado) II.  

Finalmente, o Professor Doutor Manuel Pedro Ferreira, vai apresentar uma palestra, no dia 8 de novembro pelas 18 horas, que terá como foco inicial as cantigas d'amor do rei Dom Dinis, na sua relação com os traços de oralidade e de modalidade tradicional das canções da área de Monsanto e Idanha-a-Nova (século XX), no âmbito dos 700 anos sobre a morte de El Rei D. Dinis. Este ano destaca-se uma parceria com “Olhares do Mediterrâneo – Women’s Film Festival”, festival de cinema que nasceu em Lisboa em 2014, como um espaço dedicado à exibição e promoção do cinema feito por mulheres das diferentes margens do Mediterrâneo, com a presença de Sara David Lopes, cofundadora e codirectora do festival.

Os Encontros Med têm o apoio da República Portuguesa – Cultura, Juventude e Desporto / Direção-Geral das Artes e estão integrados no Programa Geografia Criativa Festival da Paisagem, um projeto promovido pela NaturTejo GeoPark, com coorganização do Município de Idanha-a-Nova, sendo apoiado pela União de Freguesias de Monsanto e Idanha-a-Velha e pela Antena2.


 

PROGRAMA

OFICINAS / ATELIERS

I | Cancioneiro de Monsanto

Em Idanha-a-Nova, o ponto de partida é a tradição oral do toque e das cantigas de adufe da região. Amélia Fonseca, apresenta a tradição d’As Adufeiras de Monsanto, um dos grupos mais representativos desta tradição, abordando o Cancioneiro de tradição oral da aldeia histórica de Monsanto. É antecedido por uma aula técnica de adufe com Rui Silva, por forma a dar as ferramentas básicas necessárias a cada participante para poder abordar os princípios básicos da sua execução.

 

II | Al-Maya ‘Al-Maya (Síria)

A Água e a Fonte são símbolos da mitologia associada ao Mediterrâneo. Waed Bouhassoun (Síria / Paris) irá ensinar um cântico do Leste da Síria “Al-Maya ‘Al-Maya”. “A água é vida, não se pode viver sem água, e são sempre as mulheres que vão buscar água à fonte. É o local de encontro para os apaixonados.  Na mitologia grega, as fontes de água são também frequentemente as filhas da deusa Tétis e do deus Oceano. (…) Representavam a juventude e a beleza, tal como a água que jorra”.

 

III | Ritmos da Turquia e Grécia (bendir e daf)

Durante a oficina, Neset Kutas (Turquia / Paris) irá mostrar técnicas para melhor entendimento dos ritmos do Mediterrâneo, particularmente da Turquia e da Grécia. Irá utilizar-se o bendir e o daf para explorar esta multiplicidade sonora.


 

CONCERTO

Waed Bouhassoun (Síria) & Ne?et Kutas

A Alegria d’A Vida, Um Ar Mediterrânico “Em toda a região do Mediterrâneo, partilha-se uma cultura, uma história e um estilo de vida. Ponto de encontro entre África, Europa e Ásia, e um espaço aberto para o resto do mundo, os povos sempre se misturaram e trocaram ideias. Espaço de comércio antigo, berço de grandes civilizações (Egito, Grécia, Roma, Fenícia, etc.) e foco de numerosas comunidades religiosas (cristãos ocidentais e orientais, muçulmanos, judeus, etc.), a bacia mediterrânica apresenta uma grande riqueza cultural em todos os domínios. A proximidade do Azul e da Luz alimentam o nosso espírito. Em toda esta região, a gastronomia tem o sabor do Sol e do Azeite, e reúne-nos a todos na Alegria. Este gosto de vivermos juntos em torno da bacia mediterrânica também se vive através da música. Os repertórios estão ligados a temas, práticas musicais e contextos comuns. Muitas semelhanças aproximam os cantos de trabalho e os rituais do ciclo da vida, assim como as lamentações, realizadas pelas mulheres do Mediterrâneo, desde a Antiguidade em Roma, no Egito e no Médio Oriente.”


 

PALESTRA

“Do rei Dom Dinis à Beira-Baixa: caminhos e cruzamentos musicais”,  no âmbito do sétimo centenário da Morte do Rei D. Dinis, pelo Professor Doutor Manuel Pedro Ferreira (CESEM) Esta palestra terá como foco inicial a cantiga trovadoresca e, em especial, as cantigas d'amor do rei Dom Dinis, de que conhecemos algumas melodias. Embora o contexto trovadoresco dos séculos XII-XIV fosse aristocrático, há traços de oralidade e de modalidade tradicional, que serão o foco da segunda parte da palestra, centrada nas canções da área de Monsanto e Idanha-a-Nova, tal como circulavam na primeira metade do século XX.


 

CINEMA

UN PAESE DI CALABRIA

(França, Itália, doc, 2016, 90′) de Shu Aiello e Catherine Catella (falado em francês e italiano com legendas em português) Seguido de debate c/ presença de Sara David Lopes, fundadora Festival de Cinema Olhares do Mediterrâneo Prémio Travessias Olhares do Mediterrâneo 2017. Como muitas aldeias no Sul de Itália, Riace sofre já há muito de um êxodo rural maciço em direção às cidades do Norte e a países ricos. As casas em ruínas e os terrenos abandonados caracterizam a paisagem desta aldeia moribunda. Mas um dia, no Verão de 1998, um barco com 200 curdos encalha na praia e a aldeia ganha nova vida. Riace, um sítio de onde em tempos se escapava, atrai agora cada vez mais refugiados, homens que vêm de terras longínquas e inóspitas.

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