A Fundação Manuel Cargaleiro lançou hoje a primeira edição de um conjunto de três prémios bienais criados em homenagem ao pintor e ceramista Manuel Cargaleiro.
“Esta é a primeira edição que se vai fazer e é um projeto que se quer bienal e que junta a fundação [Manuel Cargaleiro] com a Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa (FBAUL) e a Câmara Municipal de Castelo Branco”, explicou o presidente da Fundação Manuel Cargaleiro à agência Lusa.
O evento do lançamento dos prémios decorreu em Lisboa, numa sessão de apresentação enquadrada nas comemorações do aniversário da FBAUL.
Gonçalo Garcia Magano disse que se trata de uma decisão tomada no ano passado, com o objetivo de promover a criação artística contemporânea.
“A fundação tem por legado proteger, preservar e divulgar a arte do mestre Cargaleiro, mas o mestre sempre foi muito próximo dos jovens artistas”, disse.
De acordo com o presidente da fundação, os prémios incluem três categorias: Prémio Revelação, prémio Cargaleiro e prémio Investigação.
O prémio Revelação destina-se apenas a jovens artistas que estejam matriculados numa instituição de ensino superior artístico.
“Ainda que o parceiro da organização seja a FBAUL, o prémio é nacional e qualquer estudante pode concorrer desde que esteja matriculado numa instituição de ensino superior artístico”, explicou.
Segundo Gonçalo Garcia Magano, o vencedor terá o ciclo de estudos inteiramente financiado, isto é, “uma bolsa de estudos que vai pagar toda a licenciatura ou todo o seu mestrado”.
Por seu turno, os segundo e terceiro classificados vão ter todo o ano letivo que frequentam pago.
Já o prémio Cargaleiro é aberto a todos os artistas e desafia-os a fazer uma reinterpretação da obra do mestre, “uma homenagem ou algo inspirado nas cores ou formas”.
Esta categoria premeia o vencedor com um montante financeiro de cinco mil euros.
Por último, o prémio Investigação pretende reconhecer trabalhos nas áreas de história de arte, curadoria, museologia, critica, conservação e restauro que se relacionem e promovam a investigação sobre a obra do mestre Cargaleiro.
“No fundo são trabalhos teóricos, académicos cujo prémio para o primeiro lugar é a publicação do estudo. A fundação irá financiar a publicação desse estudo”, explicou Gonçalo Garcia Magano.
Haverá ainda menções honrosas para os prémios Cargaleiro, cujo júri designado pela fundação e pela FBAUL é composto por três personalidades de reconhecido mérito no domínio das artes visuais: Alexandre Farto (aka Vhils), Sandra Vieira Jürgens (curadora da Coleção de Arte Contemporânea do Estado) e Graça Morais (artista visual).
Segundo o diretor da fundação, os artistas podem apresentar as suas propostas até ao dia 15 de fevereiro de 2026 e, até final do mês de março, o júri vai selecionar os 20 finalistas.
Posteriormente, as obras desses finalistas vão integrar uma exposição promovida pela fundação no museu Cargaleiro, em Castelo Branco, no mês de setembro.
Os vencedores serão anunciados no dia 24 de outubro de 2026, por ocasião do Dia das Belas Artes.
“Será uma grande cerimónia de entrega dos prémios Cargaleiro. Será ainda lançado um catálogo onde vão entrar todos os finalistas que integram a exposição. A intenção é que, a cada dois anos seja lançada uma grande exposição e a publicação de um catálogo”, disse o responsável da Fundação Manuel Cargaleiro.
As candidaturas à primeira edição dos Prémios Manuel Cargaleiro decorrem entre hoje e 28 de fevereiro de 2026, exclusivamente através do novo ‘website’ oficial da fundação (www.fundacaomanuelcargaleiro.pt).
Criada em 1990 por Manuel Cargaleiro, a fundação é uma instituição de utilidade pública dedicada à valorização, estudo e difusão da arte e da cultura.
A sua missão central é preservar e promover o vasto património artístico do seu fundador, assegurando a criação, organização e gestão do Museu Cargaleiro, em Castelo Branco.
Atualmente, fruto de uma parceria com a Câmara Municipal de Castelo Branco, a fundação encontra-se instalada no coração do centro histórico da cidade.
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