Foi preciso o muro do cemitério de Salgueiro do Campo ruir por completo, na madrugada de 28 de fevereiro de 2025, para que a Câmara Municipal de Castelo Branco finalmente avançasse com a tão aguardada e necessária requalificação. A estrutura, há muito em estado de degradação visível, foi ignorada até ao inevitável: o colapso.
A queda do muro, que expôs campas e causou alarme entre os habitantes da freguesia, não foi uma surpresa para ninguém — exceto, ao que parece, para o executivo camarário. Moradores vinham a alertar para o estado lastimável da estrutura, agravado pelas chuvas, mas os apelos caíram em ouvidos surdos.
A reconstrução foi entretanto atribuída, por ajuste direto, à empresa Henrique Mateus & Filhos, Construção Civil, Lda, por 60.063 euros. A obra teve início em março, mas a crítica generalizada é clara: a intervenção chegou tarde demais.
“É a típica atitude reativa da Câmara. Não se previne nada, só se age depois do desastre. E estamos a falar de um cemitério, um lugar de respeito. Isto é vergonhoso”, afirma um residente, que preferiu manter o anonimato.
Mesmo com a intervenção em curso, não há garantias de que a nova estrutura terá manutenção a longo prazo, nem de que serão tomadas medidas para reforçar a segurança de outros muros e infraestruturas públicas degradadas no concelho. O episódio revela um padrão preocupante de negligência estrutural e falta de planeamento preventivo por parte do município.
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