A sala polivalente da Junta de Freguesia de Penamacor recebeu, este sábado, 3 de Maio, a apresentação do livro “Alcunhas dos Penamacorenses e outras preciosidades criptonímicas”.
A obra, da autoria de Francisco Abreu e cuja edição teve o apoio do Município e da Junta de Freguesia de Penamacor, apresenta 637 alcunhas conhecidas da região. “Malgafina”, “Pouca Tripa” ou “Escalapicha” são alguns dos nomes encontrados, devidamente documentados e enquadrados historicamente e socialmente. A apresentação contou com a participação da secretária da Junta de Freguesia local, Alcina Cruchinho, de José Lopes Nunes, mais conhecido por Jolon, e de Manuel Robalo, além de Francisco Abreu e do público presente que encheu completamente o espaço.
Segundo o autor, no livro pode ser encontrada grande parte da história de famílias da freguesia de Penamacor. “Podemos encontrar 637 alcunhas da freguesia de Penamacor, algumas delas muito antigas, de meados do século XIX e que persistiram até hoje. São famílias que transmitiram aos seus sucessores essa identificação como se fosse um bem material que deixavam aos seus herdeiros. Por outro lado, há aqui uma dimensão cultural e antropológica que gosto de realçar, uma vez que nestes nossos territórios, de matriz essencialmente rural, estas alcunhas são significativas. Não acontece nos grandes meios em que milhares de pessoas vivem sem se conhecerem. Este é um elemento cultural muito importante”, explicou. Francisco Abreu apontou, ainda, a criatividade popular inerente a estas alcunhas, a partir de situações que decorrem da vida profissional, social, familiar ou das vizinhanças. “Muitas vezes, as pessoas que não são da mesma família consideram-se mais amigas do que a própria família. Por outro lado, pretendeu-se desmontar a ideia que uma alcunha é algo negativo. Não é assim. Numa parte do livro, encontramos alcunhas ou cognomes atribuídos a reis, príncipes, princesas, presidentes da república ou ministros que continuam a persistir e que não deixam de ser atribuídas a essas personagens como um elemento identificativo, às vezes sarcástico ou brincalhão”.
O autor disse, ainda, que a curiosidade pela origem destes nomes também o levou a escrever a obra. “Às vezes é difícil de explicar, mas é um sinal de uma enorme criatividade do povo penamacorense na criação, atribuição e conservação dessas alcunhas. É interessante que as alcunhas muitas vezes identificam mais as pessoas que o nome do registo civil”.
A terminar, explicou que há também humor no livro porque “muitas destas alcunhas têm uma conotação humorística, sarcástica e, às vezes até gozona”. “É interessante verificar que, por vezes, bastou um determinado momento para que essa alcunha fosse criada, disseminada e conservada por décadas ou mesmo séculos”.
A apresentação contou, ainda, com um momento musical a cargo do Duo Diogo Acordeonista e Marco Marques.
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