O presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco afirmou hoje que a autarquia não comprou o edifício da antiga sede da Caixa Geral de Depósitos (CGD), no centro da cidade, pois está protegido pelas limitações impostas pela classificação do imóvel e por ser demasiado caro.
O edifício da Caixa Geral de Depósitos (CGD), situado em frente ao edifício da Câmara Municipal, está classificado como monumento de interesse público desde 2012 e foi colocado à venda pela administração da CGD por mais de 800 mil euros, tendo sido adquirido recentemente pelo conhecido médico e ex-presidente da Câmara Municipal de Oleiros, Fernando Jorge.
“O edifício está classificado e, como tal, está protegido independentemente de estar na posse da Câmara Municipal, do Estado ou de um particular”, sublinhou Leopoldo Rodrigues (PS), durante a sessão pública de hoje da Câmara de Castelo Branco.
O assunto veio à discussão, após uma intervenção do vice-presidente da autarquia, o socialista Hélder Henriques, ter manifestado a sua “inquietação” com a notícia da venda consumada do edifício.
Hélder Henriques manifestou publicamente a sua “posição pessoal” e “enquanto autarca” em relação à não aquisição do edifício da antiga sede da CGD.
Tratando-se de um edifício classificado, o autarca questionou a não utilização do uso de preferência e adiantou que o argumento “do valor elevado” da venda do imóvel “não colhe”.
A vereadora do SEMPRE – Movimento Independente, Ana Teresa Ferreira, questionou também o presidente do município sobre o assunto e quis saber se a aquisição do imóvel estava confirmada e tinha passado para o domínio privado e porque é que a Câmara Municipal não adquiriu o edifício.
Leopoldo Rodrigues explicou todo o processo que envolveu a venda do edifício da CGD e as conversas que teve com a administração da própria CGD.
“Como me competia e depois de conhecido o valor de 815 mil euros pedi aos serviços técnicos da Câmara Municipal para fazerem uma avaliação do edifício. Foi-me dito que o valor era claramente exagerado face aos usos possíveis do edifício condicionados por ser um imóvel classificado”, explicou.
Neste sentido e como se trata de um edifício classificado que protege o imóvel, o autarca justificou que “não se afigurou necessário que a Câmara de Castelo Branco viesse a adquirir” o edifício.
“Tanto está protegido se for da Câmara Municipal como se estiver na posse de um particular. O mercado deve fazer o seu caminho”, frisou.
Já o vereador do movimento SEMPRE, Luís Correia, levou, por seu lado, à discussão pública um apoio solicitado à autarquia pela Santa Casa da Misericórdia de Castelo Branco, em Maio de 2022 que ainda não obteve resposta.
Neste âmbito, apresentou uma moção para que na próxima reunião do executivo seja apresentada uma proposta de deliberação sobre esse apoio que visa a requalificação de um pavilhão.
Luís Correia manifestou a sua estranheza com a demora por parte do município ao que Leopoldo Rodrigues contrapôs com o facto de já ter afirmado que até ao final do ano civil iria colocar à deliberação o apoio a atribuir à Santa casa da Misericórdia de Castelo Branco conjuntamente com outra do Centro de Dia de Salgueiro do Campo.
“Somos gente séria e de palavra. O apoio [à Misericórdia de Castelo Branco] é um compromisso que assumi”, concluiu.
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