O presidente da Associação dos Amigos da Linha da Beira Baixa, Hélder Bonifácio, critica a CP por acabar com os autocarros que desde 2009 têm substituído os comboios entre a Covilhã e a Guarda.
O presidente da Associação dos Amigos da Linha da Beira Baixa, Hélder Bonifácio, critica a CP por acabar com os autocarros que desde 2009 têm substituído os comboios entre a Covilhã e a Guarda.
Em declarações à agência Lusa, aquele responsável criticou ainda o facto de a CP já nem sequer cobrar bilhetes a quem entre a meio do percurso, agravando os prejuízos do serviço.
Os comboios deixaram de circular entre a Covilhã e Guarda em fevereiro de 2009, para renovação da via - com 120 anos de idade -, mas, após o investimento da REFER em pontes, túneis e dez quilómetros de linha, não foi desbloqueado dinheiro para renovar o resto da ligação.
Sem obras à vista, a CP anunciou na quarta-feira o fim do transporte alternativo ao comboio a partir de 01 de março.
A CP considera que a reposição da ligação ferroviária "não irá ocorrer no curto prazo", pelo que "não deve ser o operador deste transporte a assegurar as alternativas".
Hélder Bonifácio considera que "pelo menos o serviço social mínimo devia continuar a ser sempre assegurado" através de autocarro, mas cobrando bilhete a todos os passageiros, por uma questão "de bom senso" e para minimizar prejuízos.
Segundo referiu à agência Lusa, "só à partida do autocarro, na Covilhã e na Guarda, é que um funcionário verifica quem tem bilhete. Quem entrar no resto do percurso não paga, porque não há fiscalização" - sendo que o motorista pertence a uma firma externa, sem responsabilidade na matéria.
Aquele responsável reconhece que "há pouca gente" a viajar no autocarro disponibilizado pela CP entre as duas cidades beirãs, mas mesmo assim "são mais passageiros do que antes, nos comboios".
A diferença é que "o autocarro vai ao centro das povoações", enquanto alguns apeadeiros e estações da CP "ficam mais afastados".
O responsável pela associação de amigos da linha acredita que, mais cedo ou mais tarde, as obras de renovação da Linha da Beira Baixa entre a Covilhã e Guarda "vão ser terminadas", porque o troço é essencial "para o país ter uma alternativa ferroviária à Linha da Beira Alta".
Nessa altura, "os comboios devem ser retomados", sublinhou.
A agência Lusa pediu esclarecimentos sobre o assunto à CP, mas ainda não obteve respostas.
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