A Câmara do Fundão disponibilizou-se para acolher e abrir ao público o espólio do poeta Eugénio de Andrade, natural do concelho, disse o presidente da autarquia, Paulo Fernandes.
A Câmara do Fundão disponibilizou-se para acolher e abrir ao público o espólio do poeta Eugénio de Andrade, natural do concelho, disse o presidente da autarquia, Paulo Fernandes.
Antigos manuscritos, obras de arte e outras peças do escritor estão à guarda do município do Porto na casa onde o poeta viveu, na rua do Passeio Alegre, 584.
A chave da casa e o espólio do escritor foram entregues à autarquia portuense depois da dissolução da Fundação Eugénio de Andrade, em setembro, mas no imóvel reside ainda uma família, legatária do escritor.
O município do Porto e os moradores ainda não se entenderam quando à desocupação do local, com o processo a atrasar uma resolução da Câmara quanto ao espaço.
Paulo Fernandes explicou à Agência Lusa que a Câmara do Fundão já escreveu à do Porto manifestando "total disponibilidade" para acolher o espólio do poeta.
O autarca diz acompanhar o caso "com preocupação" e sublinhou já ter falado várias vezes com o antigo presidente da Fundação Eugénio de Andrade, Arnaldo Saraiva.
A câmara fundanense disponibiliza-se para acolher o espólio "em permanência, quer na casa interpretativa, dedicada a Eugénio de Andrade na sua aldeia natal, Póvoa da Atalaia, quer nos espaços da biblioteca municipal", batizada com o nome do poeta.
Paulo Fernandes dá "especial realce, até pelo valor pedagógico e científico, a tudo o que se relaciona com o processo criativo [do poeta], tais como manuscritos, eventualmente até textos que não tenham sido publicados".
Trata-se de material "que é importante que seja resguardado e disponibilizado em excelentes condições, para estudantes e investigadores terem contacto com essa obra" ou até "para continuar a editar Eugénio de Andrade", disse o presidente da Câmara do Fundão.
O autarca fundanense aguarda pela marcação de uma reunião por parte da Câmara do Porto para tomar decisões sobre o assunto, o que espera possa acontecer muito em breve.
Paulo Fernandes realça "os dois amores de Eugénio de Andrade: a origem, o Fundão e a sua Póvoa da Atalaia, nas terras beirãs, e o Porto, com toda a importância que dava às vivências na cidade".
O essencial, destaca, "é que a obra e o espólio não fiquem ocultados do público, de forma a salvaguardar o trabalho de um poeta universal, para que possa ser um embaixador ainda maior da cultura portuguesa".
© - Diário Digital Castelo Branco. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por: Albinet