Águas da Covilhã investe 600 mil euros na modernização da rede para reduzir perdas

A Águas da Covilhã (ADC), empresa que gere o abastecimento de água naquele concelho, vai investir 600 mil euros na modernização e restruturação da rede para reduzir as perdas no abastecimento. 

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  • Publicado: 2019-09-14 00:00
  • Por: Diário Digital Castelo Branco

A Águas da Covilhã (ADC), empresa que gere o abastecimento de água naquele concelho, vai investir 600 mil euros na modernização e restruturação da rede para reduzir as perdas no abastecimento.

O investimento deverá ajudar a poupar cerca de 115 mil metros cúbicos de água por ano, o que corresponde a cerca de um mês de consumo normal neste concelho do distrito de Castelo Branco.

"A nossa estimativa é de que com este programa consigamos reduzir em 13% o indicador de perdas, o que colocará a ADC nas 30 primeiras entidades gestoras a nível nacional. Em termos globais, estamos a falar de passar de perdas que rondam os 800 mil metros cúbicos para 685 mil metros cúbicos, o que já é um salto significativo", referiu José Miguel Oliveira, administrador executivo da ADC e vereador na Câmara da Covilhã.

Segundo explicou, o projeto é financiado em 240 mil euros pelo POSEUR - Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos, sendo que os restantes 360 mil euros serão assegurados pela própria ADC.

Do total, 316 mil euros serão aplicados na realização da obra física, 273 mil na aquisição e substituição de equipamento e sete mil euros na componente de comunicação com vista à realização de ações de sensibilização que apelem à poupança e a um uso mais eficiente da água.

Com data de conclusão agendada para junho de 2021, as obras de substituição de condutas e ramais já arrancaram e vão concentrar-se nas zonas em que se registavam maiores problemas, nomeadamente nas freguesias do Paul, Covilhã e Canhoso, Vale Formoso e Aldeia do Souto, e Sobral de S. Miguel.

Está prevista a realização de cinco empreitadas, abrangendo um total de 6.624 metros de conduta e 514 ramais.

Já a substituição do equipamento engloba desde caudalímetros a válvulas redutoras de pressão digitais e será disseminada pela totalidade do território, permitindo a melhoria das condições em toda a rede, uma maior eficiência e a satisfação dos clientes.

Entre as mais-valias apontadas, destaque ainda para a componente ambiental, frisou, por seu turno, António Garcia, administrador da ADC.

"Apesar de a questão económica ser sempre importante, este investimento também tem como fundamental a questão ambiental. Até porque, em anos que estamos a verificar que a seca é mais recorrente e se prolonga por mais tempo, toda a água que possamos poupar é um investimento que estamos a fazer no presente e no futuro", disse.

Os dois responsáveis sublinharam ainda que esta poupança representa cerca de 10% da capacidade total da Barragem do Viriato (principal fonte de abastecimento na Covilhã) e esclareceram que em 30 de agosto aquela albufeira estava a 65% da capacidade, valor que está em linha com outros anos e que ainda não obrigou a recorrer a alternativas.

Segundo referiram, com as atuais reservas, a água daria até fevereiro, mas as entidades estão a monitorizar a situação e se, entretanto, não chover serão adotadas outras medidas.

Questionado na qualidade de vereador sobre eventuais alterações no preço da água cobrado ao consumidor, José Miguel Oliveira destacou que o atual executivo já realizou uma revisão e reiterou que o maior peso na fatura da água está relacionado com o saneamento.

Sem se comprometer com datas ou valores, avançou ainda a informação de que a Câmara Municipal da Covilhã pretende rever o contrato relativo à componente do saneamento.

A ADC é uma empresa de capitais maioritariamente públicos, sendo 51% detidos pela Câmara da Covilhã e 49% pelo grupo privado internacional AGC. O sistema serve 57.500 habitantes, absorve anualmente mais de três milhões de metros cúbicos de água e abrange cerca de 650 quilómetros, contando com 21 zonas de abastecimento e 57 reservatórios.

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