A construtora Soares da Costa vai duplicar a sua faturação nos Estados Unidos em 2011, e está a concorrer a obras públicas no Texas e Georgia, disse à Lusa o responsável pela operação norte-americana, António Esteves.
A construtora Soares da Costa vai duplicar a sua faturação nos Estados Unidos em 2011, e está a concorrer a obras públicas no Texas e Georgia, disse à Lusa o responsável pela operação norte-americana, António Esteves.
“A minha meta é nos próximos 2-3 anos termos um volume de negócios estável na casa dos 250 milhões de dólares por ano. É um objetivo sustentável, realista”, afirmou o presidente da Soares da Costa America, que sublinha que o objetivo é que o país seja a médio prazo o maior mercado da construtora no estrangeiro, suplantando Angola.
A construtora tem agora uma carteira de encomendas “recorde”, acima de 260 milhões de dólares beneficiando de mais investimento em obras públicas nos últimos anos, uma “ajuda” da administração Obama a um setor de construção fortemente afetado pela quebra da construção privada na Florida, onde a Soares da Costa opera.
Em 2009, depois de comprar a construtora local Prince, a faturação ascendia a 70 milhões de dólares, e este ano a previsão é de 150 milhões de dólares.
Os resultados mantêm-se positivos, apesar dos “tempos difíceis” no setor da construção, e deverão continuar assim nos próximos anos, adianta, escusando-se a referir números.
A aposta para os próximos três anos está no setor público, em particular na construção de estradas e pontes, e o grupo conta afirmar-se com a sua experiência em parcerias público privadas (PPP), que os Estados Unidos “estão a descobrir”.
“Nos últimos cinco anos fecharam-se vários negócios [de PPP] e nos próximos cinco o crescimento vai ser exponencial”, acredita o gestor, há 11 anos nos Estados Unidos.
Na semana passada, o Estado do Texas, onde a Soares da Costa está a abrir um escritório, libertou uma lista de 11 projetos para próximos três anos, avaliados em vários milhares de milhões de dólares, enquanto a Geórgia, vizinha da Florida, tem 18 projetos em lançamento.
“Começou a falar-se há 4-5 anos [de PPP] e nós somos `players´ nesse mercado, com parcerias com outras grandes empresas”, afirma Esteves.
O grupo está também atento à Califórnia e à Virgínia, que já sinalizaram o seu interesse em PPP, e trouxe quadros de Portugal especialistas neste regime, criando inclusivamente uma nova área de negócio dentro da “holding”, a Soares da Costa Concessions.
Apesar de a maioria dos Estados norte-americanos estarem a apertar o cinto para equilibrar as suas contas, Esteves acredita que democratas e republicanos “estão de acordo é que o investimento em infraestruturas é fundamental”.
“Este país precisa para adequar a sua capacidade ou reformular capacidade existente com 225 mil milhões de dólares por ano durante 50 anos. Neste número toda a gente está de acordo. Podem não estar de acordo como vão financiar isso, mas que a necessidade existe, existe”, afirma.
Sublinha que o imposto sobre combustíveis, principal financiamento para autoestradas, “não é aumentado há 18 anos” e que bastava fazer uma “correção de inflação para que os fundos apareçam”.
Este investimento é tanto mais necessário quanto não se veem nos próximos anos “grandes hipóteses de recuperação” para o mercado de construção residencial, historicamente o principal sustento do setor da construção na Florida, e da Soares da Costa.
“A nossa empresa Porto construiu em três anos 2.200 casas e penso que agora na Florida não se constrói metade disso”, afirma.
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