Cultura: Sócrates "ajudou" Passos Coelho a pensar acabar com o ministério – Isabel Pires de Lima

José Sócrates “ajudou a permitir que um novo primeiro-ministro possa pensar em fazer desaparecer o ministério da Cultura”, disse hoje, no Porto, a antiga ministra da tutela Isabel Pires de Lima, mostrando-se contra a intenção social-democrata.

  • Cultura
  • Publicado: 2011-06-09 17:48
  • Por: Diario Digital Castelo Branco/Lusa

José Sócrates “ajudou a permitir que um novo primeiro-ministro possa pensar em fazer desaparecer o ministério da Cultura”, disse hoje, no Porto, a antiga ministra da tutela Isabel Pires de Lima, mostrando-se contra a intenção social-democrata.

“Tudo parece indicar que vamos de menos bem, para não dizer mal, a pior”, completou Isabel Pires de Lima, que foi a primeira ministra da Cultura dos governos de José Sócrates, tendo exercido esse cargo praticamente durante três anos, até janeiro de 2008, altura em que foi substituída por Pinto Ribeiro.

A ex-governante falou à entrada para uma sessão na biblioteca da Faculdade de Engenharia do Porto, onde deu hoje uma breve lição sobre obra romanesca de José Saramago, que morreu há praticamente um ano (faz no dia 18).

A ex-governante condenou, assim, a anunciada intenção do futuro primeiro-ministro, Passos Coelho, em confinar a Cultura a uma secretaria de Estado na sua dependência direta, vendo nisso “um sinal da menorização do setor”, que em sua opinião, aliás, já vem dos governos de José Sócrates.

Sócrates também “menorizou” o setor cultural, considerou Pires de Lima, e a intenção anunciada por Passos Coelho é, “em parte”, uma “consequência” dessa visão.

Acabar com o ministério “é não reconhecer que a cultura cresceu quer no campo do mercado do emprego quer no contributo para o produto interno bruto, num período em que a economia portuguesa está em recessão”.

“É incompreensível que não se reconheça isso” e se desinvista neste setor “em lugar de lhe dar mais força política”.

Isabel Pires de Lima considera que “há uma carga simbólica na existência do ministério e o argumento que o PSD avançou foi que uma secretaria de Estado fazia sentido depender do primeiro-ministro porque é um setor muito transversal, mas hoje quase todas as áreas políticas são transversais”.

“Acho que há uma desvalorização, desde logo simbólica, no desaparecimento do ministério. Defendo exatamente oposto, um ministério alargado a outras áreas, designadamente ao turismo e porventura até ao desporto. Não tenho dúvidas em condenar Passos Coelho”, reforçou.

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