Douro: Academia Internacional do Vinho impressionada com região que alia tradição à modernidade

A Academia Internacional do Vinho, que reúne produtores de todo o Mundo, visitou pela primeira vez o Douro, região que o presidente da organização disse ser de “futuro” e onde se alia a “tradição à modernidade” entre paisagens “deslumbrantes”.

  • Economia
  • Publicado: 2011-06-04 10:40
  • Por: Diario Digital Castelo Branco/Lusa

A Academia Internacional do Vinho, que reúne produtores de todo o Mundo, visitou pela primeira vez o Douro, região que o presidente da organização disse ser de “futuro” e onde se alia a “tradição à modernidade” entre paisagens “deslumbrantes”.

Vieram de França, Suíça, Japão, Chile, África do Sul, Áustria, Alemanha, Espanha, Inglaterra ou Itália e depois de provaram os vinhos do Porto ou DOC Douro e subirem o rio num barco rabelo até ao Vesúvio - a histórica quinta de dona Antónia Adelaide Ferreira -, os 45 elementos da organização ficaram “impressionados”.

O presidente da Academia Internacional do Vinho (AIV), o chileno Mariano Fernández Amunátegui, confessou à Agência Lusa que o que mais o impressionou nesta viagem pela mais antiga região demarcada do Mundo foi a “paisagem deslumbrante”.

“Não deve haver outro lugar no Mundo, de produção de vinho, que tenha esta paisagem: o rio com a montanha ao lado, nesta situação tão difícil e tão bela”, salientou.

É nestes socalcos erguidos pelo homem e nas suas adegas que aliam a tradição e a modernidade que nascem vinhos mundialmente reconhecidos. É também por isso que o responsável considerou que esta é uma região com “futuro”.

Fernández foi eleito membro da organização quando era embaixador em Madrid. É um entusiasta e promotor do vinho chileno, tendo estado envolvido nas negociações entre o Chile e a União Europeia em relação aos vinhos.

Numa Europa em crise, o responsável salientou que se estão a verificar “mudanças”, com os novos vinhos do “Velho Mundo” a ganharem muita “qualidade” e a conquistarem novos mercados como a China, Índia ou Brasil. Também por isso, prevê um “futuro positivo” para o setor.

Peter Symington é o representante em Portugal da AIV e frisou que o objetivo desta visita foi revelar o Douro, mas também mostrar que esta é uma “região tecnologicamente muito evoluída” e onde se produzem “vinhos de muita qualidade”.

Depois de terem passado pelas caves da Graham’s, pela corticeira Amorim, pela Quinta de Nápoles, foi a Quinta do Vesúvio, propriedade da empresa Symington Family Estates, Vinhos Lda, que abriu as portas aos membros da AIV.

Dominic Symington referiu que a sua família faz questão de manter a tradição na emblemática quinta, que se ergue nas encostas íngremes do Douro Superior, no concelho de Vila Nova de Foz Côa.

"O que fazemos no Vesúvio que é distinto a qualquer outra quinta no Douro é que produzimos todo o nosso vinho do Porto através da pisa a pé em lagares de pedra", sublinhou.

Os seculares lagares de granito de 24 pipas figuram entre os maiores do Douro. Mas, à tradição, os Symington aliaram novas técnicas como um sistema de refrigeração dos lagares, através de radiadores e água gelada. Na vinha, as uvas são rigorosamente selecionadas.

Depois o néctar é envelhecido nas antigas pipas mas, para este responsável, o que cria um bom vinho “é esta terra do Douro”.

Agora, Dominic Symington acredita que os membros da AIV vão ajudar a divulgar este território e os seus vinhos “pelos quatro cantos do Mundo”.

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