Enfermeiros: Adesão à greve ronda os 65% com paralisação total em alguns hospitais

O primeiro turno da greve dos enfermeiros registou uma adesão na ordem dos 65 por cento, segundo o sindicato do setor, que contabilizou “vários hospitais” onde a paralisação foi total.

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  • Publicado: 2010-06-18 11:46
  • Por: Diario Digital Castelo Branco/Lusa
O primeiro turno da greve dos enfermeiros registou uma adesão na ordem dos 65 por cento, segundo o sindicato do setor, que contabilizou “vários hospitais” onde a paralisação foi total.

“Tendo em conta os objetivos desta greve, que não se destina à obtenção de ganhos, mas para protestar face ao encerramento da posição negocial por parte do Ministério da Saúde, os números obtidos demonstram bem a revolta que os enfermeiros sentem e o aumento do descontentamento”, declarou a vice-coordenadora do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, Guadalupe Simões.

De acordo com a contabilização feita pelo sindicato, os hospitais do Barreiro, Bragança e Macedo de Cavaleiros registaram uma adesão à greve de 100 por cento, seguidos pelos hospitais dos Capuchos (95 por cento) e São José (90 por cento).

Os hospitais de Santa Marta, Barlavento algarvio, Chaves e Egas Moniz registam igualmente, e segundo os dados divulgados por Guadalupe Simões, uma adesão à greve na ordem dos 80 por cento.

A greve dos enfermeiros, que começou às 00:00 de hoje, destina-se a protestar contra o facto de o Ministério da Saúde ter encerrado o processo negocial relativo a questões salariais.

“Em relação a esta matéria, não é mais possível retomar o processo negocial. Mas existem outras matérias que têm de ser negociadas, para as quais temos já o compromisso escrito do ministério da Saúde de que até ao dia 15 de julho nos será enviada uma proposta sobre a avaliação de desempenho e sobre a regulamentação da direção de enfermagem”, disse à Lusa a vice-coordenadora do sindicato dos enfermeiros, adiantando que no dia 28 de julho haverá “a primeira reunião” com o Governo.

Relativamente à avaliação do desempenho, outra das questões que estará em cima da mesa das negociações, Guadalupe Simões relembrou que os profissionais do setor têm uma avaliação desde 1994, a qual “se enquadra na do SIADAP”.

“Precisamos apenas de fazer algumas alterações pontuais, que se prendem com a introdução de uma noção qualitativa diferenciadora do mérito”, explicou a responsável, adiantando que nessa negociação será “fundamental” ver qual será o número de anos de manutenção dos enfermeiros em cada uma das posições remuneratórias, assim como a contagem do tempo de serviço.

O primeiro turno da greve dos enfermeiros iniciou-se às 00:00 de hoje e terminou às 08:00.

A Lusa tentou obter uma reação do ministério da Saúde à greve dos enfermeiros, mas a entidade mostrou-se indisponível para o fazer, neste momento.

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