À entrada do estádio era difícil não ouvir queixas e vozes de descontentamento, especialmente de grupos de pessoas de outras paragens, como contaram à Agência Lusa.
A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) tem oferecido três mil bilhetes para os treinos e hoje subiu a oferta para quatro mil, disse fonte da autarquia ligada à organização, mas não foram suficientes.
“Nunca houve nenhum dia com tanta gente”, comentou à Agência Lusa Carlos Garrim, vendedor de artigos da seleção, sempre presente à porta do estádio.
António Borges, viajou com a família desde o Porto, mas ficou à porta. “Chegámos às 10:00, fomos conhecer a Covilhã e depois, aqui, disseram-nos que era preciso levantar bilhetes, mas já não havia. Não percebo: na televisão anunciaram que o treino era aberto”, referiu.
“Só somos bons para pagar impostos ao fim do ano. Fico com uma má recordação e acho que, assim, mais valia perderem logo no primeiro jogo do Mundial”, concluiu.
Vítor Fernandes, residente na Covilhã, também estava insatisfeito: “Tenho um bilhete para o jogo com Cabo Verde, mas, sinceramente, nem sei se cá ponho os pés”.
“Viemos levantar bilhetes, mas hora e meia depois já não havia e agora temos que ficar cá fora com tantos lugares vazios lá dentro”, explicou, a seu lado, Amílcar Cabral.
Nuno Cardoso viajou desde Castelo Branco “depois de ouvir na televisão que o treino era aberto”, mas estava revoltado por ficar à porta.
“Pedem apoio para quê? Para ficarmos à porta com tantos lugares vazios e taparem tudo com panos”, questionou, prosseguindo: “Isto não se percebe, só se o selecionador Queiroz não quiser mostrar as borradas que faz. Deviam era deixá-los a jogar sozinhos nas partidas oficiais”.
Rosa Nunes acompanhou outros 15 pais de crianças de uma academia de futebol de Arronches, no Alentejo, visivelmente agastados por ficarem à porta, pois só os mais novos conseguiram entrar.
“Tínhamos bilhetes para todos, mas houve um problema na contagem que a funcionária reconheceu. Só que o segurança nem ligou para o assunto. Queríamos apoiar a seleção, mas como”, questionou.
Gorete Pires acompanhou a família, que viajou desde a Guarda, em vão. “Acho que isto não está bem organizado. É um treino, havia de entrar toda a gente, mas em vez disso há muitas pessoas dececionadas”.
Entre as centenas que não conseguiram bilhete, dezenas ocupavam o passeio à porta do Hotel Turismo da Covilhã, mas também ali havia queixas por falta de simpatia da seleção.
“As pessoas estão aqui à pinha para os apoiar, mas os jogadores não estão a dar muita atenção”, referiu Marlene Coelho, com o filho de dois anos ao colo e a queixar-se de não ter bilhete para o treino: “Pelo menos deviam retribuir e saírem todos pela porta da frente para os podermos ver”.
Uma opinião partilhada por Pedro Gouveia, de Aguiar da Beira, que se deslocou à Covilhã em busca de uma entrada no treino. “Já que não consegui, gostava pelo menos de os ver”.
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