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2013: Agravamento da austeridade vai aumentar conflitualidade social - Arménio Carlos e João Proença

O agravamento da austeridade no próximo ano deverá levar ao aumento da contestação na rua e nos locais de trabalho, segundo Arménio Carlos e João Proença, respetivamente líderes da CGTP e da UGT.

 

  • Economia
  • Publicado: 2012-12-18 11:54
  • Por: Diario Digital Castelo Branco/Lusa

O agravamento da austeridade no próximo ano deverá levar ao aumento da contestação na rua e nos locais de trabalho, segundo Arménio Carlos e João Proença, respetivamente líderes da CGTP e da UGT.

O aumento da carga fiscal, a desvalorização salarial, o agravamento do desemprego e a redução das funções sociais do Estado são alguns dos motivos que condicionam o cenário social de 2013 apontando para o aumento da contestação, quer sob a forma de greves quer sob a forma de manifestações.

"Se o Orçamento do Estado para 2013 for promulgado, e espero que não seja, o próximo ano será incomparavelmente pior que o ano de 2012, no plano económico e financeiro e no plano social. E isto, juntamente com os cortes no acesso às funções sociais do Estado, vai levar ao agravamento da contestação", disse à agência Lusa o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos.

A CGTP vai, segundo o seu líder, continuar a lutar no próximo ano para conseguir mudanças políticas que promovam o desenvolvimento económico do país e, consequentemente, o emprego.

A defesa das funções sociais do Estado será outra das bandeiras da Intersindical para o próximo ano.

Arménio Carlos prometeu que a central sindical continuará a dar resposta ao agravamento das condições de vida com ações de rua com os trabalhadores e a população em geral.

"Mas a nossa resposta será sempre acompanhada de propostas alternativas", disse o sindicalista estimando que a população portuguesa "vai continuar a levantar a voz" nomeadamente contra "um Orçamento do Estado que aumenta a pobreza, a exclusão e a fome".

"Por isso não temos outra saída senão organizar novas formas de luta, na rua e nas empresas", acrescentou.

Arménio Carlos reconhece que os trabalhadores portugueses têm cada vez menos condições económicas e disse que, por isso, a Inter vai apostar numa estratégia "que desgaste o mais possível quem aplica as políticas e o menos possível os trabalhadores".

As grandes manifestações ao sábado ou ao fim da tarde serão privilegiadas para evitar que os trabalhadores percam dias de salário, mas "a greve estará sempre em cima da mesa e será usada quando for estritamente necessária".

O secretário-geral da UGT, João Proença também acredita que a conflitualidade social vai aumentar, tendo em conta as perspetivas para o próximo ano.

"A crise vai ser mais profunda: o desemprego vai aumentar, vamos ter um aumento brutal da carga fiscal e o corte dos 4 mil milhões de euros no Estado Social, a diminuição de salários e de pensões. Portanto, o desespero vai aumentar e vai originar perigos graves de falta de coesão e de rutura social", disse à Lusa.

Proença prevê a possibilidade de "movimentos graves de contestação" se o Governo "continuar totalmente indiferente aos problemas das pessoas e se continuar preocupado somente com os números do défice", ignorando os números do desemprego e a pobreza.

"Há que ter cuidados na maneira como se lida com as pessoas e não se pode conduzir as pessoas ao desespero, à falta de esperança. Tem de se lhes dar o mínimo de alento e de confiança no futuro", alerta o líder da UGT.

Para João Proença, o problema central, "é que muita da esperança que existe está centrada no Estado social – nas prestações sociais, na saúde, na educação – e se o Governo avançar com o corte de 4 mil milhões começa a ameaçar essa segurança e as consequências serão desastrosas", conclui.

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