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2013: Governo e 'troika' veem a luz ao fundo do túnel no terceiro ano da recessão

Todos os atores políticos e económicos preveem que 2013 será o terceiro ano consecutivo de recessão para a economia portuguesa, divergindo apenas sobre quanto mais é que a economia vai cair.

 

  • Economia
  • Publicado: 2012-12-18 11:49
  • Por: Diario Digital Castelo Branco/Lusa

Todos os atores políticos e económicos preveem que 2013 será o terceiro ano consecutivo de recessão para a economia portuguesa, divergindo apenas sobre quanto mais é que a economia vai cair.

Nas previsões oficiais do Governo e da 'troika', o Produto Interno Bruto (PIB) deverá cair mais 1% no próximo ano. No entanto, tanto o Executivo como as organizações internacionais preveem que Portugal regresse ao crescimento em 2013.

O ministro das Finanças, Vítor Gaspar, aponta o início da retoma "já para o segundo semestre de 2013". Se esta previsão se cumprir, Portugal terá ultrapassado pelo menos dez trimestres consecutivos em que a economia esteve em queda.

No entanto, como disse o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, "no domínio das previsões não há certezas, por isso é que elas são previsões". Mesmo o cenário de modestíssimo otimismo do Governo não é garantido.

O Banco de Portugal augura uma recessão de 1,6% no próximo ano; a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) prevê que o PIB português diminua 1,8%.

O próprio Governo admite que o cenário para 2013 está envolvido em "grandes incertezas e riscos": "Riscos que advêm do ajustamento da economia portuguesa, mas, sobretudo, do contexto externo, que conheceu nos últimos meses uma acentuada deterioração", afirmou Vítor Gaspar.

A incerteza quanto à evolução económica volta a pôr dúvidas quanto à capacidade de Portugal cumprir o objetivo orçamental para o próximo ano: 4,5% do PIB. Esta meta, resultado de uma renegociação dos objetivos do programa de ajuda da 'troika', poderá exigir a adoção de ainda mais medidas de consolidação.

"A serem necessárias, estas medidas contingentes serão predominantemente, ou até quase exclusivamente, do lado da despesa", disse Gaspar.

Para lá das medidas contingentes, em 2013 entrará em vigor o "enorme aumento de impostos" que consta do orçamento do Estado. A continuação da austeridade, juntamente com um mercado de trabalho deprimido, significam que no próximo ano o consumo privado continuará a cair (2,2%, segundo as previsões do Governo), embora menos que em anos anteriores.

Também o investimento deverá voltar a reduzir-se (3,5%); o único motor de crescimento da economia voltará a ser o comércio externo, apesar de as exportações abrandarem (deverão crescer 3,6%) e de as importações caírem (1,4%) menos que este ano.

Todas as instituições concordam também que o desemprego vai continuar a bater recordes em 2013. O Governo espera que a taxa atinja 16,4% no próximo ano - em média. João Proença, secretário-geral da UGT, acha que a taxa poderá atingir um valor “superior a 17%”.

Pelo menos os preços deverão subir relativamente pouco em 2013. A taxa de inflação esperada para o próximo ano pelo Governo e pelo Banco de Portugal é 0,9% - reflexo da anemia da atividade económica.

Neste contexto, a dívida pública deverá continuar a subir. Segundo as projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI), em 2013 a dívida do Estado português atingirá um máximo histórico de 123,7% do PIB.

Também aqui a ‘troika’ vê uma luz ao fundo do túnel, embora mais ténue e distante: o FMI espera que a dívida pública comece a cair, embora apenas uma décima de ponto percentual, a partir de 2014.

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