O BE defende, no projeto de resolução, que, “face à elevada taxa de complicações e de mortalidade associadas à gripe sazonal nos grupos de risco, justifica-se a inclusão da vacina no PNV, a fim de promover uma maior cobertura vacinal desses grupos”
Os custos adicionais, decorrentes do fornecimento gratuito a estes grupos, são compensados pela redução dos custos associados ao tratamento das complicações da gripe e ao internamento, que diminuem significativamente, argumenta.
Por outro lado, a vacina contra a gripe sazonal para o próximo outono/inverno vai incluir o vírus pandémico da gripe A (H1N1): “Tendo a vacina contra a gripe A na época 2009/2010 sido fornecida e administrada gratuitamente nos centros de saúde, justifica-se a mesma forma de atuação para a vacina contra a gripe sazonal”, defende.
“Não só a produção da vacina contra a gripe sazonal também é limitada, como o seu custo-efectividade é superior”, acrescenta.
Entre 2000 e 2004, ocorreram 152 731 internamentos em hospitais públicos portugueses, com diagnóstico de pneumonia e gripe, dos quais 63 por cento se reportaram a pessoas com mais de 65 anos, ou seja, uma taxa anual média bruta de internamentos de 1179,4 por 10 000 habitantes.
No mesmo período, ocorreram 16 182 óbitos, por pneumonia e gripe, em pessoas com mais de 65 anos, correspondendo a 91 por cento do total de mortes registadas por esta causa.
A taxa de mortalidade por gripe começa a aumentar na idade média da vida, sendo mais elevada nas pessoas com mais de 65 anos e/ou com patologia crónica subjacente.
Este grupo etário apresenta taxas de hospitalização e de mortalidade por pneumonia e gripe superiores às da população em geral, correspondendo-lhes cerca de 90 por cento ou mais das mortes por gripe.
“A vacinação é segura e eficaz, evitando o aparecimento da gripe em até 75 por cento das situações e diminuindo a gravidade da doença em 98 por cento dos casos”, sustenta.
Segundo o BE, a vacinação da população idosa não institucionalizada pode reduzir o número de internamentos em 25 a 39 por cento e a mortalidade global em 39 a 75 por cento durante a época gripal.
A quota de vacinas contra a gripe sazonal atribuída a cada país é limitada. Por essa razão e para procurar assegurar a disponibilidade de vacinas para os grupos populacionais que mais dela beneficiam, anualmente, a Direcção Geral de Saúde (DGS) recomenda que a prescrição da vacina seja criteriosa.
No entanto, sem possibilidade de controlar a dispensa da vacina, o apelo da DGS “não tem tido o efeito desejado, com algumas pessoas a ficarem sem vacina ou a só terem acesso a ela já fora do período de vacinação recomendado”, afirma o BE.
Nas quatro últimas épocas gripais, a proporção de indivíduos com mais de 65 anos vacinados contra a gripe foi de 42 por cento em 2005/2006, 50 por cento em 2006/2007, 51 por cento em 2007/2008 e 53 por cento em 2008/2009.
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