“A bolsa é como um jogo, onde se perde e se ganha, mas os grandes investidores, podem ter ali ganhos muito significativos”, referiu João Proença, defendendo que o combate ao défice não pode acentuar as desigualdades sociais e que os sacrifícios não podem continuar a ser pedidos a quem menos ganha.
“Deve combater-se o défice por via do aumento do IVA e não com mais sacrifícios dos trabalhadores da administração pública”, refere, revelando-se totalmente contra o congelamento de salários destes trabalhadores em 2010, sendo também "impensável prolongar essa situação por 2011, 2012 ou 2013”.
João Proença participou no congresso fundador da UGT de Castelo Branco, onde classificou como “idiota” o argumento de que Portugal “podia apresentar um défice de três por cento até 2014”, justificando que seria “um erro claro atingir em 2013 um défice de 2,15 ou 2,16, caso haja uma folga orçamental que permita o investimento e situe o défice nos três pontos percentuais”.
Segundo este responsável, “os três por cento são inevitáveis em termos de apresentação do Pacto de Estabilidade e Crescimento, pelo que não pode haver um maximalismo na sua apresentação, pois isso iria prejudicar as receitas e, consequentemente, agravar ainda mais o défice”.
João Proença afirmou que o país precisa de uma administração pública motivada e que preste serviços de qualidade. Daí questionar o resultado de algumas privatizações.
“Não somos contra a privatização, mas tem de se discutir se a privatização garante um serviço de qualidade aos cidadãos”, esclareceu.
Aponta o dedo também à formação, pois “aposta-se muito na formação inicial dos trabalhadores (quando ainda nas escolas), mas esquece-se a qualificação ao longo da vida e a actualização constante, um ponto que também deve integrar a discussão do PEC”.
O secretário geral da UGT refere ainda que a central não vai aceitar sem discussão “a redução do valor e do tempo de vigência do subsídio de desemprego. É inaceitável que o valor do subsídio desça dos 65 por cento, tal como o tempo de atribuição deste benefício”.
Contudo, lembrou que “os desempregados que integrarem os programas ocupacionais podem ter um acréscimo de 20 por cento no valor do subsídio”.
Recordou que “quando se fala de défice fala-se sempre no teto do IRS, mas porque não falar também seriamente de IRC, porque quando se concede um benefício a uma empresa que já realizou o seu investimento, o Governo contribui apenas para o aumento dos lucros”.
João Proença quer que estas questões sejam todas discutidas seriamente, para dar também credibilidade ao movimento sindical.
“Queremos um movimento sindical forte, mas isso faz-se com diálogo e negociação, em busca de melhores condições para os trabalhadores e não com a luta pela luta”, conclui.
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