Proença-a-Nova: Edição em braile de livro do poeta Gonçalo Salvado lançada na Galeria Municipal

O livro de poesia de Gonçalo Salvado com o título "Quando a Luz do teu Corpo me Cega", ilustrado com desenhos originais do arquiteto Álvaro Siza Vieira e com um ensaio introdutório de Maria João Fernandes, vai ser lançado na Galeria Municipal de Proença-a-Nova, no próximo dia 23 de Junho, domingo, às 16:00 horas

  • Cultura
  • Publicado: 2024-06-10 00:22
  • Por: Diário Digital Castelo Branco

A apresentação ficará a cargo de Pedro Mexia, por videoconferência, e de Maria João Fernandes.

A obra tem duas edições, uma delas especial, em Braille, composta por uma seleção de poemas e incluindo um desenho de Siza Vieira gravado em relevo (com a colaboração do Centro de Recursos para a Inclusão Digital da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais do Politécnico de Leiria), ambas as edições apoiadas pela Câmara Municipal de Proença-a-Nova.

A edição especial em Braille intitula-se Luminea reunindo poemas de Gonçalo Salvado com o tema da luz no contexto amoroso, recorrente na poesia do autor, conta com texto de abertura de Maria João Fernandes e pretende representar uma homenagem a Luís Vaz de Camões, por ocasião dos 500 anos do seu nascimento, a partir do verso, retirado dos Lusíadas: “Que é grande dos amantes a cegueira”, uma das epígrafes que abre o livro Quando a Luz do Teu Corpo me Cega. 

Três serigrafias, numeradas e assinadas por Álvaro Siza Vieira, realizadas pelo Centro Português de Serigrafia a partir dos desenhos que ilustram a obra, acompanham as duas edições. As imagens para as três serigrafias, foram previamente selecionadas e escolhidas pelo seu autor.

Na circunstância, será inaugurada uma exposição dos desenhos originais de Álvaro Siza Vieira e das serigrafias que se associam o livro.

O título da obra foi retirado de um poema de Gonçalo Salvado presente no seu livro Outra Nudez (2014) ilustrado com desenhos do escultor João Cutileiro, um dos três livros de poesia que o poeta publicou em colaboração com o histórico escultor português: “Só verdadeiramente vejo/quando a luz do teu corpo/ me cega.”

Este poema que dá o título a este novo livro de Gonçalo Salvado resume de certo modo a arte poética do autor e a filosofia da sua obra.

Acerca da poesia de Gonçalo Salvado pronunciou-se o próprio arquiteto Álvaro Siza Vieira que refere a transparência, a essencialidade e o rigor a ela associadas: “Gosto muitíssimo da sua poesia. Tentarei aproximar-me com os meus desenhos da essencialidade e do grande rigor com que “esculpe” as palavras”. 

Por sua vez Maria João Fernandes escreveu no seu ensaio introdutório: “Verdadeira gramática, quase uma enciclopédia do amor, esta obra  ficará como uma referência importante do nosso lirismo. Junta num mesmo sortilégio a poesia de Gonçalo Salvado e os desenhos de Siza Vieira e situa-nos de imediato no terreno do mito. (…) Palavra e imagem desenham um mesmo corpo nas suas variações infinitas. Corpo material e imaterial, real e imaginário, do arquétipo, mais ardente do que o fogo, mais luminoso do que a luz e que traduz a sua essência última. Inominável.”

A apresentação nacional desta obra decorrerá em Lisboa na galeria do CPS do Centro Cultural de Belém com data a marcar.  

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