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Crianças da Cova da Beira criam jogo sobre a Constituição

Cerca de 190 crianças de dez turmas dos concelhos da Covilhã, Fundão e Belmonte criaram um jogo de tabuleiro, através do qual se aprendem aspetos práticos sobre a Constituição da República Portuguesa e ganha quem chegar ao final com mais cravos.

  • Educação
  • Publicado: 2023-12-18 15:57
  • Por: Diário Digital Castelo Branco/Lusa

O projeto foi dinamizado pela associação de desenvolvimento Beira Serra, no âmbito do projeto CIVITAS, envolve crianças entre os 08 e os 12 anos e o jogo resulta de um processo participado e colaborativo, em que os sete agrupamentos escolares envolvidos, com base na discussão, dúvidas, reflexão sobre questões de cidadania e propostas apresentadas, deram contributos para criar o primeiro protótipo.

Das propostas das dez turmas envolvidas foi criado o Jogo da Constituição, pensado por crianças e para crianças, segundo regras pensadas pelos próprios.

Na quarta-feira, vai ser apresentado por mais de 70 de alunos na Assembleia da República perante o presidente daquele órgão, Augusto Santos Silva.

O gestor do projeto, Marco Gabriel, explicou que o propósito é ensinar às crianças os princípios “da democracia, educar para uma consciência cívica, para a literacia democrática, para conhecerem a base dos direitos, deveres, liberdades e garantias”.

Segundo Marco Gabriel, em declarações à agência Lusa, são abordados temas como a cultura, a educação, a saúde, o ambiente, os órgãos de soberania, as eleições, as acessibilidades ou questões de discriminação.

“Quanto mais conhecimento tivermos da Constituição, melhor a podemos defender e mais consciência teremos para formarmos cidadãos mais conscientes”, enfatizou Marco Gabriel.

Segundo o responsável do projeto, uma das preocupações foi criar regras, personagens e uma narrativa ligada a aspetos práticos da vida com que as crianças se identifiquem e que faça os jogadores ganharem consciência cívica.

“Embora tenhamos sempre feito essa relação, nunca se fala nos artigos da Constituição. Não tem linguagem do Direito, tem uma linguagem das crianças”, frisou Marco Gabriel, segundo o qual o jogo tem muitas regras que estimulam a decisão coletiva.

O jogo pode ter um mínimo de dois jogadores e um máximo de quatro, embora possam ser feitas equipas. Existe uma casa de partida e uma de chegada, mas não vence necessariamente quem chega primeiro, mas quem terminar com mais cravos.

Há perguntas diretas, de verdadeiro ou falso, mas também questões sobre a idade mínima com que se pode ser candidato, quais são os símbolos nacionais ou os órgãos de soberania. As cartas de mímica têm palavras como votar, campanha eleitoral ou liberdade, e há referências à escola pública ou ao Serviço Nacional de Saúde.

Uma das casas é a Praça da Liberdade, em que quem está atrás avança e quem está à frente recua para a manifestação e é compensado com um cravo.

O responsável destacou que com o jogo de tabuleiro se pretendeu contornar o digital e proporcionar um jogo coletivo, que permita a participação entre gerações.

Marco Gabriel considerou que na quarta-feira vai ser para as crianças envolvidas um dia marcante, por assistirem à apresentação institucional de um jogo que ajudaram a construir e “pelo simbolismo do local” e o contacto com o presidente da Assembleia da República.

O Jogo da Constituição está à venda a partir de janeiro de 2024 na loja física e virtual da Assembleia da República.

Embora seja um projeto feito localmente, os responsáveis atribuem-lhe uma dimensão nacional e vão divulgá-lo junto dos municípios do país, para que chegue a todas as escolas e outras entidades.

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