O papel da cultura como motor de transformação das sociedades e das mentalidades e o trabalho do Município como promotor cultural foram dois temas abordados nos discursos da Sessão Solene do Dia do Município, assinalado no passado dia 13 de Junho, nos Paços do Concelho.
Projetos como o Roteiro das Artes, os espaços museológicos e culturais e iniciativas de valorização do património imaterial foram destacados como exemplos da política cultural implementada no Município ao longo das últimas décadas, valorizando as diferentes formas que a cultura pode adotar. “Para repositório dos vários achados das diversas campanhas arqueológicas, mas também para transmitir os Ecos de Proença para os Proencenses e a quem nos visita, com espaço de preservação do saber artesanal, áreas de exposição e manifestações artísticas várias, vamos concretizar a Casa de Memória e das Artes de Proença-a-Nova no antigo quartel da GNR no Largo da Devesa. Este projeto, que define cultura, já tem adjudicatário encontrado para a sua construção, num investimento próximo de um milhão de euros”, revelou o presidente da Câmara Municipal, João Lobo.
O autarca destacou ainda os diferentes projetos que se encontram a ser desenvolvidos no território, nomeadamente o RESINA.PT, Fôlego, Esporo, Beira Baixa Cultural 2.0 e Experimenta Paisagem. “São iniciativas que, realizadas em rede, traduzem a aposta na promoção da cultura através de diferentes artes performativas, ações de sensibilização e, em simultâneo, a promoção económica e patrimonial do território”. O presidente da Assembleia Municipal, João Paulo Catarino, referiu a disponibilidade da área cultural em apresentar projetos diferentes na sequência da implementação do “Programa de Apoio em Parceria - Revitalização do Pinhal Interior - Programa de Desenvolvimento Cultural do Território”, criado na sequência dos grandes incêndios de 2017. O Cortiçada Art Fest, desenvolvido nos Municípios de Proença-a-Nova, Sertã e Oleiros, foi apoiado nesse âmbito, envolvendo as comunidades locais. “O que faz a diferença nestes territórios são as pessoas que estão lá, aquelas que construíram um património que é fantástico, que vale a pena ser visitado e não há ninguém melhor para o mostrar do que as pessoas que vivem no território e que falam dele com paixão”, salientou.
A deputada do PS na Assembleia Municipal, Cristina Catarino, desafiou a que haja transferência de competências na área da cultura para o poder local. “A visão estratégica do Governo para este sector tem sido de colocar a cultura no centro de uma verdadeira política de Estado, atribuindo-lhe um papel central enquanto motor de atividade económica. Investindo na cultura, o garante da democracia, fomenta-se uma maior coesão territorial através de uma lógica descentralizadora e de maior proximidade do Estado com o Poder Local e com os agentes culturais do país, considerando que a gradual correção de assimetrias regionais constitui um imperativo de justiça e igualdade”, referiu.
A deputada do PSD, Daniela Dias José, destacou alguns projetos do Município como a Bibliomóvel ou o Roteiro das Artes. “Proença-a-Nova, sabendo posicionar-se dentro desse contexto emergente, poderá assumir-se como pioneira na visão da cultura enquanto vetor de desenvolvimento estratégico baseado na diversidade cultural e na sua capacidade de saber explorar tradições, apreendidas durante os seus oito séculos de história. Aliado a isso, uma ligação estreita com as novas tecnologias, criatividade e vocação para inovação, procurando atrair profissionais de alto nível na área da produção cultural, potenciando o património paisagístico bem visível na Torre de Vigia da Serra das Talhadas, inaugurada faz hoje precisamente um ano, uma demonstração clara da forma como a natureza e a arte se podem conjugar em perfeita harmonia a 600 metros de altura”.
Representando os dois deputados independentes da Assembleia Municipal, António Paulo dos Santos alertou para a necessidade de haver uma política de discriminação positiva para o Interior. “Temos que ser mais exigentes nas infraestruturas de comunicação, energia, saúde e educação pois estes são os pilares do desenvolvimento sustentado”, referiu, defendendo, por exemplo, preços diferenciados nos combustíveis e uma política de apoio sustentado aos munícipes.
Para além do anúncio dos vencedores do Prémio Literário Pedro da Fonseca e da apresentação dos projetos intermunicipais em curso no território, Ana Sofia Ventura (voz) e Alexander Stetile (piano) protagonizaram o momento musical e foi ainda distribuído o folheto identificativo de todas as obras de arte que estão expostas nos Paços do Concelho, valorizando artistas locais e outros que têm colaborado com o Município na dinamização de exposições.
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