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Covilhã: Começaram aulas de patinagem e hóquei para desenvolver as modalidades no gelo

A Federação de Desportos de Inverno de Portugal (FDIP) iniciou as aulas nas academias de hóquei no gelo e patinagem artística na Ice Arena da Serra da Estrela, com o intuito de desenvolver as modalidades no gelo.

  • Desporto
  • Publicado: 2022-01-17 14:18
  • Por: Diário Digital Castelo Branco

Na pista de gelo localizada ao lado da Pousada da Juventude, nas Penhas da Saúde, Covilhã, estiveram cerca de 40 pessoas, de diferentes idades e níveis, para aprenderem as bases do hóquei no gelo com o canadiano Jim Aldred, antigo jogador profissional e treinador, agora selecionador nacional da modalidade, e com as professoras de patinagem artística, Sophia Lamay, antigo membro da equipa norte-americana, e Carla Almeida, campeã na África do Sul, onde nasceu.

Francisca Barata, de 15 anos, natural da Covilhã, nunca tinha patinado a não ser “por diversão”, nos patins que tem em casa. A mãe falou-lhe no início de atividade da academia e decidiu experimentar, com a irmã e uma amiga, e, apesar de o início da aula ter sido “difícil de acompanhar”, frisou ter terminado “com vontade de regressar”.

“Aprendi a travar sem arrancar um dedo, a virar, a andar para trás e é mais difícil do que pensava, mas quero evoluir”, salientou a nova adepta da patinagem no gelo.

Impressionada com a graciosidade, técnica e facilidade com que as duas professoras se movimentavam na arena, Benedita Martins, de 11 anos, contou que participou incentivada pelo pai e achou a modalidade “mais interessante” do que imaginava, apesar de as posições e exercícios nem sempre terem saído bem à primeira.

Enquanto tira os patins, depois de ter contornado cones e deslizado pelo gelo, Laura Ramos, 12 anos, há cinco praticante de patinagem sobre rodas, constata que “no gelo é mais fácil ganhar velocidade” e o equilíbrio é mantido de forma diferente, tal como o balanço. “A maneira de patinar é completamente diferente”, comparou, à Lusa.

Para Carla Almeida, uma das professoras, alguns elementos são semelhantes e pode ser mais fácil a quem vem das rodas apreender certas técnicas, mas o objetivo foi “começar do zero”, independentemente da experiência de cada um.

Hoje não houve ainda piões nem saltos. Ensinou-se a cair no gelo, a posicionar as lâminas, a postura correta, como fazer movimentos e oitos.

“Se continuarem com este entusiasmo, poderão evoluir muito”, avaliou, em declarações à agência Lusa, a antiga campeã, que apela à adesão de pessoas “de qualquer idade, saibam ou não patinar”.

Segundo Carla Almeida, “o primeiro passo é ensinar a patinar, depois criar condições para a evolução e competição, para formar atletas e no futuro pôr Portugal no mapa internacional”.

Sophia Lamay manifestou a necessidade de fazer “um trabalho consistente”, elogiou a capacidade de resposta das alunas e alertou que a pista é suficiente para iniciação, mas é necessária uma maior para evoluir, uma aspiração da FDIP.

“É ótimo poder fazer alguma coisa desde o início, como achamos que deve ser feito, criar boas práticas para o futuro”, referiu a treinadora.

Raquel Cardoso, de nove anos, há quatro que joga hóquei em patins em linha no Grupo Cultural e Recreativo Casteleiro, da Sertã, que se fez representar no gelo por cinco atletas. A jogadora, de pequena estatura, equipada com capacete, máscara, stick, luvas, peitilho e cotoveleiras, mostrou-se ágil e destemida na pista, habituada que está a treinar com colegas bem mais altas.

“Há o medo de cair, mas é óbvio que se cai, toda a gente cai”, respondeu, antes de dizer que se sente melhor no cimento, por dominar as técnicas e conseguir “fazer mais coisas”, mas mostra-se entusiasmada com o novo desafio no gelo.

Martim Caetano, 11 anos, foi a primeira vez que jogou hóquei. Estava nervoso e com receio de ser gozado pelas quedas, até perceber que também acontece aos outros. Gostou especialmente do jogo quatro contra quatro, apesar da dificuldade em articular todos os elementos, e o desejo é voltar todas as semanas.

Jim Aldred, no rinque a dar constantes indicações, mostrou-se feliz ao ver o hóquei a germinar em Portugal, com “o envolvimento dos jovens”. Para já, vão treinar todos juntos, e só numa segunda fase separar por níveis.

Embora esteja empenhado em ensinar o que aprendeu ao longo da vida, realçou que “neste momento, o mais importante é divertirem-se, terem prazer a jogar”.

A arena, com marcações para o hóquei e o curling, que vai também começar a ser ensinado, tem metade do tamanho de uma pista olímpica e permite a “muita gente com curiosidade experimentar as modalidades”, ainda que o objetivo seja manter uma prática continuada.

“O objetivo é que estes miúdos aprendam as técnicas destas modalidades e possam mais tarde evoluir para a competição”, destacou Pedro Flávio, o vice-presidente da FDIP, em declarações à agência Lusa.

Nas primeiras aulas de hóquei para adultos, no sábado, participaram 14 atletas, na patinagem artística e no hóquei para crianças, no domingo, estiveram na Ice Arena 24 alunos.

O presidente da FDIP, Pedro Farromba, informou estar previsto um processo de formação de juízes para a patinagem, de árbitros para o hóquei e a certificação da formação de treinadores em ambas as modalidades.

Neste momento, pretende-se pôr “a patinar o maior número de pessoas”. “Espero que venham a sair daqui várias equipas em representação da federação”, acrescentou Pedro Farromba.

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