Seguro compara reforma administrativa a uma organização “sem pés nem cabeça e acusa o Governo de paralisar fundos e “entreter-se” a discutir quem gere o QREN

O secretário-geral do PS, António José Seguro, compara a reforma administrativa delineada pelo Governo a uma organização "sem pés nem cabeça", "centralista" e sem "sensibilidade social", assim como, de se "entreter" a discutir quem gere os fundos comunitários e a paralisar o Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN).

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  • Publicado: 2012-03-04 08:55
  • Por: Diario Digital Castelo Branco/Lusa

O secretário-geral do PS, António José Seguro, comparou hoje a reforma administrativa delineada pelo Governo a uma organização "sem pés nem cabeça", "centralista" e sem "sensibilidade social".

Seguro falava no final da "Conferência em defesa do interior", em Castelo Branco, com que encerrou um périplo por oito distritos e 26 concelhos do interior do país.

PSD e CDS aprovaram na sexta-feira, na generalidade, a proposta do Governo de reorganização administrativa autárquica, mas para Seguro é apenas uma forma de "impor às populações a régua e esquadro uma organização territorial sem pés nem cabeça".

O líder socialista realçou que "a autonomia" é um dos principais princípios associados ao poder local democrático e por isso sugere outro caminho.

Seguro questiona: "O que custa ao Governo, em vez de impôr, permitir que sejam os cidadãos que vivem em cada freguesia ou concelho a decidir a melhor forma de se organizarem".

Para além do "centralismo", na conceção do Governo "está a marca da insensibilidade social. Este Governo não liga às pessoas, não se importa com os problemas que das suas políticas podem resultar para as pessoas".

Seguro reconhece que em meios urbanos, como "Amadora ou Lisboa", pode ser mais fácil reorganizar freguesias, mas "quem conhece o interior", onde nasceu, "sabe muito bem que hoje há muitas freguesias que já têm poucos habitantes".

Freguesias "de onde já levaram muitos serviços e onde a única relação com o Estado é feita através do presidente de junta".

Um cenário face ao qual volta a lançar uma pergunta ao Governo: "É legítimo que o Estado, só para poupar uns míseros euros ao fim do ano, extinga essa freguesia e abandone as pessoas?".

O líder do PS defende "oportunidades idênticas para todos", independentemente do lugar onde vivam, pelo que "não pode haver uma política única, tem que haver sensibilidade e é preciso confiar nas pessoas".

De seguida, Seguro reagio à edição do jornal Expresso, segundo a qual "o Conselho de Ministros ficou dividido, mas as Finanças devem passar a controlar os fundos de Bruxelas".

António José Seguro realçou que, numa altura em que o país "tem milhões de euros à disposição" no âmbito dos fundos comunitários, "esses fundos estão parados".

O socialista realçou que "o QREN está completamente paralisado e o Governo, em vez de ajudar a dinamizar a economia, a única coisa que faz é entreter-se a discutir se é o Álvaro ou Gaspar quem ficar com a gestão dos fundos comunitários".

Uma situação face à qual Seguro fez questão de mostrar muito espanto: "oito meses, oito meses para decidir quem coordena os fundos estruturais?", questionou.

Para o líder da oposição, Portugal precisa de "uma estratégia para a economia e de um ministro da economia, mas não temos estratégia, nem temos ministro".

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