O Fundão inaugurou, esta 3ªfeira, dia 9 de Junho, as obras de requalificação e modernização do Complexo Escolar, após um investimento de 2,6 milhões de euros que abrangeu a Escola Secundária e a Escola João Franco.
A intervenção, que se prolongou por cerca de dois anos e que obrigou mesmo a deslocalizar algumas aulas, permitiu melhorar as condições físicas daqueles espaços, admitiu o presidente do Agrupamento de Escolas do Fundão, Estêvão Lopes, na sessão de inauguração, que integrou o programa de comemorações do 274.º aniversário da criação do concelho do Fundão.
"Melhorámos, essencialmente, o aspeto estético das instalações dos espaços, o conforto térmico das salas de aula, as acessibilidades para pessoas com dificuldades motoras, as instalações sanitárias dos alunos, a rede de águas, assim como a eficiência energética", frisou Estêvão Lopes.
Destacando a importância da conclusão da obra, este responsável vincou que aquela tem que ser encarada como uma primeira fase, dado que, "na elaboração do projeto, e devido a alguma falta de diálogo com os utilizadores, muito ficou por fazer".
Deste modo, o presidente do Agrupamento considera que é preciso avançar com uma segunda fase, que englobe as coberturas dos edifícios (que têm quase 40 anos), bem como a melhoria da rede elétrica e da rede informática.
A intervenção no pavilhão das oficinas, que apresenta deficiências estruturais e enorme desconforto térmico, que inviabiliza mesmo as atividades em grande parte do ano letivo, é outra das componentes que aquele responsável quer ver contemplada no futuro caderno de encargos.
Sabendo que a transferência de competências para as autarquias terá de ocorrer, Estêvão Lopes, vincou que o ensino deve ser, "ainda mais do que já é", uma prioridade do município, e destacou que se deve estar atento à idade dos recursos humanos e à necessidade da sua substituição atempada para permitir uma "transição sem sobressaltos".
Além disso, aproveitou a presença da secretária de Estado da Educação, Inês Ramires, para reivindicar "mais autonomia curricular, pedagógica e financeira", que permita valorizar os contextos locais e gerir com maior eficiência os recursos existentes".
Por seu turno, o presidente da Câmara do Fundão, Paulo Fernandes, destacou que o ensino é efetivamente uma prioridade para a autarquia e recordou o programa de combate ao insucesso escolar, que integra a componente das áreas da tecnologia para que neste concelho se aprenda programação em todos os ciclos da escola pública.
O autarca apontou igualmente que o projeto educativo local já integra o ensino bilingue e que engloba a implementação de programas para que os mais jovens possam aprender as tradições pastoris.
"O nosso lema é raízes e asas", recordou, explicando ainda que o município só ainda não aceitou a transferência de competências na área da educação porque considera que há alguns parâmetros que têm de ser reavaliados.
Na resposta, a secretária de Estado da Educação garantiu que a revisão dos parâmetros está a ser feita e destacou que desafiou a autarquia fundanense a não adiar por muito mais tempo a transferência de competências.
Em relação à autonomia, a governante explicou que o plano de recuperação de aprendizagens disponibilizará medidas específicas, com recursos, e que as escolas terão autonomia para adequar essas medidas às suas necessidades e àquilo que a comunidade educativa precisa.
"Claramente uma solução para uma escola da Amadora será completamente diferente numa escola do Fundão", disse.
A requalificação do Complexo Escolar foi financiada em 85% pelo Portugal 2020, em 7,5% pelo Orçamento do Estado e os restantes 7,5% ficam a cargo do município, que também assumiu uma verba para trabalhos extra.
Além desta inauguração, o programa de comemorações do Dia do Concelho também englobou outras atividades e uma sessão solene em que foi atribuída a medalha de ouro a Paulo Águas, vereador da autarquia que morreu subitamente em 2020.
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