A jornalista Margarida Gomes apurou que o ex-presidente da Câmara de Castelo Branco Luís Correia, que desta vez vai concorrer como independente, estaria disponível para não disputar a presidência da autarquia albicastrense, caso o PS o nomeasse para um “cargo político remunerado”.
A denúncia foi feita pela concelhia de Castelo Branco do PS, partido do qual Luís Correia se defiliou na véspera de se assumir publicamente como candidato independente à autarquia a que presidiu durante quase dois mandatos.
Numa conferência de imprensa, esta segunda-feira, dia 3 de Maio, a comissão política concelhia de Castelo Branco não poupou críticas ao ex-autarca que perdeu o mandato, dizendo que “uma candidatura que se diz independente ‘de albicastrenses, pelos albicastrenses e com os albicastrenses’ não existiria, se o PS tivesse satisfeito, no imediato, as condições impostas pelo agora candidato independente (isto é, a nomeação para um cargo político remunerado)”, anuncia hoje o jornal Público.
O jornal apurou que, Luís Correia, já ocupou “diversos cargos políticos de relevância —vereador, vice e presidente da Câmara de Castelo Branco, director do Centro de Formação Profissional de Castelo Branco, administrador dos Serviços Municipalizados e presidente do conselho de administração da Unidade Local de Saúde Castelo Branco —, queria que o PS interferisse para ocupar a vice-presidência da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) Centro, cargo que se encontra vago desde Janeiro deste ano.
Três meses após ter sido eleito (29 de Outubro de 2020) para vice-presidente da CCDR Centro, o geógrafo Jorge Brito, ex-secretário executivo da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra, demitiu-se. Para o seu lugar, sabe o Público, vai José Morgado, até agora presidente da Câmara de Vila Nova de Paiva.
Contactado pelo Público, Luís Correia não quis falar sobre o assunto, afirmando que “a única coisa” que exigiu ao PS foi respeito. O agora candidato independente, que recusou comentar as críticas feitas pelo PS na conferência de imprensa,
declarou “não ter mais nada a dizer” sobre o assunto. “Não tenho de estar a falar sobre isso, porque não entro neste tipo de política”, afirmou, recusando-se a fazer mais considerações sobre a sua pretensão de se nomeado para “um cargo político remunerado”.
A investida de Luís Correia levou o PS a esclarecer os albicastrenses, “em nome da verdade e da transparência, sobre o processo que resultou de uma candidatura dita ‘independente’ do ex-militante do PS (...)” e a conferência de imprensa serviu para abordar a perda de mandato do ex-socialista e as razões pelas quais o partido decidiu não o apoiar num terceiro mandato autárquico.
“O ex-presidente da câmara foi condenado à perda do mandato de presidente em diversos tribunais.
Essa condenação (...) decorre única e exclusivamente de actos por si praticados no exercício de funções enquanto presidente da Câmara de Castelo Branco”, declara a concelhia, lembrando que durante todo o processo judicial o ex-autarca contou sempre com a solidariedade das estruturas locais do PS.
O texto acrescenta que “a decisão de não apoiar o agora candidato independente decorre de uma questão de princípio ético e partidário”, definida pela direcção nacional do PS. “Não se trata de nenhuma questão pessoal, mas tão-só de dar cumprimento ao princípio ético e partidário atrás enunciado: o PS não apoia candidaturas de ex-autarcas que tenham perdido o mandato por decisão judicial, por actos praticadas no exercício das suas funções”.
© - Diário Digital Castelo Branco. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por: Albinet