Entravamos na última década do séc. XX, mais propriamente em outubro de 1991, quando a Escola Superior de Tecnologia e Gestão, a então ESTIG, hoje ESGIN, abriu, em regime de Instalação, as suas portas aos primeiros alunos do Ensino Superior em Idanha-a-Nova.
Exma. Senhora
Ministra da Coesão Territorial
Prof. Dr.ª Ana Abrunhosa
Praça do Comércio
1149-090 Lisboa
C/Conhecimento
Exmo. Senhor Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior
Assunto: Pela Autonomia e Sede: ESGIN Sempre
Entravamos na última década do séc. XX, mais propriamente em outubro de 1991, quando a Escola Superior de Tecnologia e Gestão, a então ESTIG, hoje ESGIN, abriu, em regime de Instalação, as suas portas aos primeiros alunos do Ensino Superior em Idanha-a-Nova. Eram tempos difíceis, o dinheiro, tal como hoje, não abundava, mas a entrega e dinamismo daquele punhado de Fundadores fez com que a ACADEMIA no seu global, fosse implementada na pacata Vila.
Quando a 20 de Junho de 1997 veio publicado no Diário da República o Decreto Lei 153/97, o qual criava a atual ESGIN, sediada em Idanha-a-Nova e dotando-a de autonomia administrativa, pedagógica e científica, toda a Academia e a sociedade Idanhense, sentiu que por vezes, mesmo pequeninos, desde que não paremos de lutar e de acreditar, os sonhos se concretizam. Havia em todos: alunos, Direção da ESTIG, Direção da AE, Funcionários, Autarquia e povo de Idanha, o desejo de não sermos um pólo do que quer que fosse e sim uma Escola autónoma. Foram 7 anos de avanços e recuos, mas que nunca nos fizeram baixar os braços e deixar de acreditar que um dia seria possível. E FOI!
Os últimos dados apontam para uma reestruturação organizacional do Instituto Politécnico de Castelo Branco. Entre as cerca de 6 ideias de reestruturação propostas, a escolhida pelo Concelho Geral do IPCB, visa a diminuição do número de Escolas, passando das atuais seis para quatro, proposta/cenário defendida pelo senhor presidente do IPCB, sendo a ESIN (Escola Superior de Informática e Negócios) que concentra os atuais cursos da ESGIN e de informática da EST, com sede na atual ESE. Com este cenário escolhido e aprovado, existe a forte probabilidade da ESGIN perder a sua sede em Idanha-a-Nova, assim como a sua autonomia administrativa, pedagógica e científica. Na prática, reduz de quatro para três, as novas escolas que o projeto de reorganização diz criar. O desmantelar de uma escola que durante 28 anos desempenhou um importante papel na sociedade e no desenvolvimento da região, retirar-lhe a sede que cimentou ao longo de quase três décadas, durante as quais foi tendo um forte investimento em infraestruturas de qualidade (salas de aula, biblioteca, residência de estudante…), por parte da Autarquia e do IPCB, não é mais que uma morte anunciada.
Das intervenções públicas do senhor presidente do IPCB, o único objetivo que é referido, respeita à melhoria da eficiência financeira da instituição. Mas até isso entra em contraditório, uma vez que a ESGIN está sediada no Palacete das Palmeiras, imóvel cedido pela autarquia, e esta, atualmente, suporta as despesas relativas a encargos das instalações, luz, água e telefone e as despesas relativas à manutenção das infraestruturas, tendo ainda disponibilizados apoios logísticos (Monsanto GeoHotel Escola e o Restaurante Pedagógico Sr.ª da Graça em Idanha-a-Nova) que dão suporte prático aos cursos de Gestão Hoteleira e Gestão Turística, uma Incubadora de Empresas, além de apoios financeiros e alojamento a alunos mais carenciados e, mediante candidatura, o pagamento de propinas aos alunos.
Desde a saída dos primeiros diplomados da Escola, até ao presente, que se tem verificado o grau de excelência do ensino praticado na ESGIN, pois são inúmeros os exemplos de ex-alunos com elevado sucesso profissional, nomeadamente em cargos de decisão nas áreas ministradas na Escola, como o alto índice de criação do próprio posto de trabalho, bem como de postos de trabalho subsequentes.
Saliente-se também, o impacto económico gerado ao longo destes 28 anos, quer na Vila, quer na região, pois para além dos alunos que diariamente mexem com a economia local, há constantes regressos de ex. alunos que se deslocam a Idanha-a-Nova para atenuar a saudade.
No presente ano letivo, das seis escolas do IPCB, a ESGIN está entre as três que mais alunos colocou, 252 novos alunos, frequentada na sua totalidade por cerca de 600 alunos. Desta forma, não se percebe o propósito do cenário escolhido para a reestruturação do IPCB, pois para além da ESGIN ser a escola que menos custos acarreta para o IPCB, acresce que o Exmo. Sr. Presidente da CMIN tem manifestado publicamente a disponibilidade para continuar a apoiar a Escola e indiretamente o IPCB. Tendo a Escola um nível de ensino de excelência e alta taxa de empregabilidade, como o demonstram os inúmeros exemplos de sucesso espalhados por esse mundo fora, perguntamos onde se encaixa nesta proposta aprovada a génese da criação da ESGIN?
Quando um território apresenta desafios face ao seu progressivo despovoamento, não devem as entidades públicas, conjugar esforços a ter um papel importante na reversão de dinâmicas populacionais, económicas, educativas e culturais negativas? Como se valoriza um território quando se extinguem ou diminuem recursos?
Tendo em conta tudo o exposto, os ex-alunos e alunos efetuaram recolha de assinaturas(anexo), com o propósito de que a autonomia e sede ESGIN permaneça em Idanha-a-Nova, apelando assim à Assembleia da República e junto dos diferentes Grupos Parlamentares, possa ser debatido o futuro desta que é a nossa “família”, e que somente tem um nome ESGIN.
Idanha-a-Nova, 10 de dezembro,2019
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